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domingo, 20 de abril de 2008

Chega de Saudade...


Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela não pode ser...”

Chega de Saudade é um filme assim, cheio de saudades, de melancolia, de solidão, de dores, de espera mas também repleto de sorrisos, de amores, de desejos e de felicidade. Não é um filme simples, é fácil, mas não simples. Digo isso porque:

Quem gosta de filmes com finais claros onde os personagens tem suas histórias resolvidas e definidas, não vai gostar de Chega de Saudade. Seus personagens seguem no tempo, terminam com a vida em aberto onde o rumo pode ser o mais variado possível, como na vida real, onde nunca sabemos realmente o que nos aguarda. Os personagena avançam na história do mesmo modo que nós avançamos na nossa vida, naturalmente.

Quem gosta de ouvir diálogos e só entende um filme através da troca de palavras e frases entre personagens, também não vai gostar de Chega de Saudade. Nele os grandes diálogos são feitos pelos gestos, pelos olhares, pelo som, pelas cores. É um filme onde não precisamos dizer, por exemplo, que a personagem de Tônia Carrero sofre de Alzheimer, isso esta descrito nos gestos e olhares entre ela e seu marido. Gestos e olhares estes que fazem com que suas histórias, assim como a de todos os personagens toquem mais a gente. Quem não entender diálogos que não são feitos por palavras, não vai entender, nem gostar de Chega de Saudade.

Quem gosta de grandes cenários, variedade de locações, também não vai gostar de Chega de Saudade. O filme se passa em um único lugar, que não é grande, mas é perfeito. É um personagem a parte neste filme.


“Diz-lhe numa prece que ela regresse
porque eu não posso mais sofrer...”

Vai gostar de Chega de Saudade, quem gosta de histórias de vidas reais. Quem gosta de se emocionar, quem gosta de amores e de dores, quem gosta de bons personagens, de bom texto — mesmo quase sem diálogos — e quem entenda que, para isso, precisamos ver com outros olhos e ouvir não apenas com os ouvidos.



Chega de Saudade foi o filme escolhido no nosso CINESURPRESA e, como vocês já devem ter percebido, eu amei o fime. Mas vamos ao nosso encontro.

Desta vez, também tivemos um número maior de gente nova. Estávamos em 15 pessoas e destas participaram pela primeira vez: Amanda Pereira, Breno Silva, Marilda Canelas, Rafaela Rodrigues, Ricardo Prado, Rodrigo Azevedo, Sandoval Abrantes, Solange Figueira, Vinícius Vianna e da turma antiga: Daniel Ravanelli, Daniel Trigo, Eduardo Ricci, Madeleine Alves, Márcia Okida (eu) e Ricardo Reis.

A nota média dada pelo grupo para Chega de Saudade foi 7,8 colocando o filme em 4º lugar no nosso Ranking. Das 15 pessoas que assistiram apenas 2 não gostaram e 9 veriam o filme novamente — eu então quero até comprar e o original para mim :)

“Chega de saudade a realidade é quem
sem ela não há paz não há beleza...”


Começamos a perguntar em nossos encontros sobre que cor que representa o clima do filme. Para Chega de Saudade a cor mais citada foi a vermelha seguida de amarelo âmbar. Uma pessoa citou verde e outra o bege. Para mim Chega de Saudade tem a cor da saudade do passado, da nostalgia, ou seja: violeta.


O melhor e pior do filme para nossos participantes


O MELHOR

Amanda: trilha sonora • Breno: as músicas • Daniel Ravanelli: a vida como ela é • Daniel Trigo: como contar histórias de várias pessoas em uma só história • Eduardo: saudades e amores... a condição humana • Madeleine: a trilha sonora (fundamental para o filme), os primeiros planos, as luzes e cores quentes • Marilda: o filme escancara as rugas e a solidão humana • Rafaela: o diálogo • Ricardo Prado: a fotografia • Ricardo Reis: o filme todo • Rodrigo: Cássia Kiss • Sandoval: música e mulheres • Solange: a tristeza de Cássia Kiss vendo sua paixão declamando “carinhoso” para outra • Vinícius: as músicas

“é só tristeza e a melancolia
que não sai de mim, não sai de mim, não sai...”


O PIOR

Amanda:
nada • Breno, Daniel Trigo, Rafaela e Vinícius: tudo se passar em um ambiente • Daniel Ravanelli: pouco dramático • Eduardo: preconceito • Madeleine: quase descritivo, o filme poderia aprofundar as reflexões de alguns personagens • Marilda: o botox da Elza Soares • Ricardo Prado: falta profundidade às histórias • Ricardo Reis: Paulo Vilhena • Rodrigo: poucas músicas de Lupcínio Rodrigues • Sandoval: se liga mané • Solange: a primeira cena de Tônia Carrero saindo do carro.

“mas se ela voltar, se ela voltar,
que coisa linda, que coisa louca...”


Para mim, não existe pior em Chega de Saudade. Talvez pudesse falar do Paulo Vilhena que é um ator médio de atuação média. Talvez pudesse falar de detalhes que não fazem parte do roteiro. Mas nada disso seria realmente algo de ruim no filme.
Na minha opinião o filme é perfeito. A minha nota foi 10 e não teria nenhuma consideração negativa a fazer.

A direção de arte e fotografia nos transportam perfeitamente para o clima e sensação de um salão de baile. O filme com textura granulada, ajuda na atmosfera que mistura melancolia, solidão e paixão... parece que estes sentimentos pairam no ar e nos olhares de cada personagem. As cores e luzes são próprias destes ambiente e tem seus tons reforçados pelos detalhes, pelos figurinos, pelas nuances dos rostos maquiados e pela iluminação que embala cada ritmo. Quem já foi em um salão de baile deste tipo, dança de salão, sabe do que estou falando quem não foi, sente perfeitamente como ele é.

“pois há menos peixinhos a nadar no mar,
do que beijinhos que darei na sua boca...”




O recorte da luz vale um olhar atento juntamente com a mudança de cada ritmo, de cada trilha sonora, onde as músicas não interagem apenas com os corpos que bailam, mas cada música conversa com os olhares, gestos, cores e formas de cada cena mostrada.
A trilha sonora é perfeita, passa por diversas épocas, estilos, tendências como tango, bolero, forró, gafieira, samba, valsa e tantos outros clássicos de salão de baile como Carinhoso, Risque, Alguém Me Disse etc (você pode ouvir todas as músicas do filme na nossa coluna a esquerda). E o filme termina com um arranjo belíssimo de Chega de Saudade ao melhor estilo do choro. Não tem como não querer comprar a trilha do filme.

“dentro dos meus braços,
os abraços hão de ser milhões de abraços...”


Ser em um local apenas, faz com que tudo se torne mais real, mais próximo de nós. Todos vivem no mesmo mundo e partilham da mesma história. Não dá para achar algo de ruim em um filme destes, dá? Dá para querer que ele seja diferente mas, quando vemos um filme, devemos entender a proposta para que ele foi feito e assistí-lo com o olhar preparado para isso. E toda a proposta de filmagem de Chega de Saudade fala do motivo e do porque foi feito:

• Para falar com você através de diálogos feitos pelo som, gestos, corpos e olhares.
• Para entrelaçar cada história contada, mostrando os problemas, desejos angústias e amores
• Para mostrar como podemos viver e partilhar os mesmos problemas
• Que todos amam, sofrem e desejam, não importando a época em que se vive ou a idade que temos.
• Mostra que o inesperado sempre existe e que mudar o rumo de nossas vidas é sempre possível
• E como diz no final do filme: sempre haverá um outro dia e tudo pode recomeçar.

“apertado assim, calado assim,
colado assim abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim...”


Também fazemos a seguinte pergunta em nossos encontros: Com qual personagem você se identificou e por que?

Amanda: Elza (Betty Faria) e Marici (Cássia Kiss) pois mostram a tentativa de sorrir, mesmo que não estejam felizes, o sorriso como máscara • Breno, Daniel Trigo e Vinícius: Marquinho (Paulo Vilhena) porque eu também não gostaria de ver outro homem paquerando a minha namorada, teriam a mesma reação que ele • Daniel Ravanelli: Bel (Maria Flor) • Eduardo: Ernesto (Luiz Serra) é vivo e busca sempre um novo amor • Madeleine, Rodrigo: com nenhum • Marilda: Marici (Cássia Kiss) Talvez pela análise do ponto de vista feminino sobre os homens • Rafaela: Alice (Tônia Carrero) por as vezes ter medo de expor meus sentimentos • Ricardo Prado: Álvaro (Leonardo Villar) porque que é um dos mais humanizados e que mais “progride” • Ricardo Reis: com todos, são fragmentos de vida, emoções e esperanças • Sandoval: com Eudes (Stepan Nercessian) • Solange: Elza (Betty Faria) querendo dançar e não ser convidada



Também pedimos uma frase sobre o filme para cada um

Amanda: fala de um único sentimento quer liga todos os personagens: a solidão disfarçada de alegria
Breno: Não confie sua namorada a homem nenhum, nem mesmo para seu próprio avô
Daniel Ravanelli: sem preconceito
Daniel Trigo: A vida pode ser resumida em poucos minutos
Eduardo: Antes vivo do que morto
Madeleine: Choques catalizadores em uma pista de dança
Marilda: A reflexão sobre a solidão da velhice e o desejo de encontrar o par perfeito
Rafaela: “Só anote o que for importante”
Ricardo Reis: Viver é a melhor motivação para se estar vivo
Rodrigo: “Você não vale nada mais eu gosto de você”
Sandoval: Recordação
Solange: Envolvente
Vinícius: Aproveite sua vida ao máximo

“que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim...”

Bem eu... eu me identifiquei com a personagem Rita, Clarisse Abujamra, mas não pelo fato dela deixar o marido em casa para ir ao baile e lá, traí-lo com outro, não me confundam ok! Mas pelo fato de ser a personagem responsável pelas cenas mais eróticas e sensuais do filme, que também são minhas cenas favoritas: o momento em que ela dança tango — muitos que me conhecem sabem o quanto amo essa dança e ritmo — e logo depois, quando termina a dança, o erotismo e sensualidade causados por esse ritmo são tão fortes que ela se tranca no banheiro e se masturba em uma cena belíssima onde beija eroticamente o azulejo da parede. Logo mais a frente ela e seu homem, do baile, são os responsáveis por uma suave cena de sexo sentados na cadeira da mesa onde estão... sensualidade e erotismo puros. Gosto disso.
Quanto a frase, para mim é simples a minha frase é: Chega de Saudade...
Já diz tudo, explica tudo.

“Não quero esse negócio de você viver assim...”

Também pedimos para que cada um fale qual foi a sua cena favorita, a minha acabei de contar acima:

Amanda: A expressão de tristeza de Elza, Betty Faria, chora demonstrando seu desespero depois das tentativas, frustradas, de não se sentir só.
Breno: Marquinho seguindo o homem que paquerou sua namorada
Daniel Ravanelli: A poesia do final
Daniel Trigo: Beijo no Azulejo da personagem Rita, Clarisse Abujamra.
Eduardo: Cena com a música “Não Deixe o Samba Morrer”
Madeleine: a cena do tango
Marilda: A expressão de tristeza do personagem depois que a perua rica Rita, Clarisse Abujamra, vai embora
Rafaela: Ezla, Betty Faria, chorando
Ricardo Prado: Quando seu Álvaro, Leonardo Villar, “vê” a falecida mulher
Ricardo Reis: A cena final, quando o baile termina, para abrir na noite seguinte.
Rodrigo: A dança final entre Álvaro, Leonardo Villar, e Alice, Tônia Carrero.
Sandoval: Uma cantada
Solange: A chocante cena de Elza, Betty Faria, roubando um beijo do rapaz que pagou por dançar
Vinícius: Os pés das pessoas dançando


“Não posso mais com esse negócio de você viver sem... mim!”

E assim termina Chega de Saudade deixando um clima de quero mais e com muita vontade de ouvir música boa — que vale lembrar você pode ouvir toda a trilha no nosso menu ao lado esquerdo — pelo menos para mim! Ah! quero deixar registrada a passagem do Bar, Alexandre Barbosa, no nosso encontro depois do filme, apenas passando para comprar churros.

Vale uma passagem pelo site oficial de Chega de Saudade que é tão bom quanto o filme e tem uma área onde posemos enviar um Correio Elegante e deixei um recado para todos vocês que participem ou nos lêem. Entrem no site e cliquem no link Correio Elegante ou cliquem aqui direto e onde diz procurar coloquem a palavra Surpresa e pronto encontrarão seu recado! Aproveitem e mande um Correio Elegante para alguém... entrem no clima!

Aproveitem para ler a entrevista com o Diretor de Fotografia Walter Carvalho, vale a pena, assim como tantos outros materiais do filme. Abaixo um vídeo do Chega de saudade para vocês.




Espero seus palpites opiniões e sua presença no nosso próximo encontro que será dia 11 de maio, como sempre o segundo domingo no mês de maio, desta vez no Espaço Unibanco as 18h para nosso 10º encontro. Até lá.


quarta-feira, 9 de abril de 2008

9º Encontro


Nosso 9º encontro do Cinesurpresa será neste domingo, dia 13 de abril, desta vez no Cinemark de Santos, no Shopping Praimar.
Então se você ainda não foi esta é a chance, as 18h em ponto estaremos esperando por vc!