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sábado, 5 de julho de 2008

NOVO BLOG

Conheça e participe do novo Blog do CINESURPRESA clicando aqui e leia a última edição sobre o filme Fim dos Tempos.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Mudança de Dia

Esta nossa próxima edição do CINESURPRESA terá que mudar de dia. Em vez do 2º domingo o encontro será no 3º domingo do mês de junho. Então participantes, nos encontraremos para o 11º CINESURPRESA no dia 15 de junho, as 18h, em frente ao Cine Roxy. Até lá!

sábado, 24 de maio de 2008

PERSÉPOLIS



O 10º CINESURPRESA
foi em domingo de Dia das Mães e, por isso, o número de participantes foi menor. Estávamos em 11 pessoas: Alexandre Rosa (pela 1ª vez), Daniel Ravanelli, Déborah Okida, Eduardo Ricci, Flávia Person (que conheceu o grupo na saída e se juntou para dar sua opinião), Madeleine Alves, Priscila Rodrigues, Ricardo Prado, Ricardo Reis, Wellington Carbone e eu Márcia Okida. E desculpem desta vez a volta de fotos do pessoal... por uma fala ninguém levou câmera. No slide show ao lado você vê cenas do filme de das ruínas de Persépolis

O filme mais votado foi Persépolis e que, merecidamente, conseguiu desbancar os filmes que permaneciam em 1º lugar no nosso ranking surpresa. Com uma média de nota de 9,6 Persépolis passa para o 1º lugar do nosso ranking (veja ao lado).


Persépolis é uma perfeita transformação em filme, animação, da história em quadrinhos autobiográfica de Marjorie Satrapi que conta a história de uma garotinha iraniana, ela mesma, de 9 anos que cresce durante a Revolução Islâmica. O filme rendeu grandes papos e, pela primeira vez, no dia seguinte ao filme eu já havia recebido de vários participantes contribuições de textos de sites falando sobre ele ou temas relacionados, tamanha foi a empolgação e interesse pelo filme.
Uma das perguntas que fez com que saíssemos de nosso bate-papo sem a resposta foi sobre o nome do filme: Persépolis. O que seria esse nome? Por que Persépolis?


Na hora as possibilidades foram muitas, mas ninguém sabia com certeza o que seria ou o que representava a palavra Persépolis. Então vamos começar por aqui, mas antes, vamos ver algumas opiniões sobre o filme:

Das 11 pessoas que estavam em nosso encontro todas gostaram e todas veriam novamente, uma unanimidade pela primeira vez em nossos encontros.

• O melhor no filme:

Alexandre: quando Marjane expõe suas idéias sem medo do que pode vir a acontecer
Daniel: sátira da vida
Deborah: a avó
Eduardo: a construção da identidade de Marjani
Madeleine: direção de arte, uso de efeitos teatrais em determinadas partes e a narrativa em si.
Priscila: a maneira leve que eles retratam um assunto tão intenso e pesado
Ricardo Prado: o bom humor do filme em um assunto pouco simpático a comédias
Ricardo Reis: a integridade e os lírios no seio


• O pior no filme (se é que houve):

Alexandre: os policiais que fazem o controle das pessoas muito de perto.
Daniel: nada
Eduardo: o regime político do Irã
Madeleine, Ricardo Prado: fade-outs em demasia
Carbone, Deborah, Madeleine, Priscila, Ricardo Reis: as legendas quase invisíveis.

Eu fico com o Daniel, nada de ruim. Apesar das legendas serem terríveis, mas o filme é tão bom que depois de um tempo nem reparei mais na dificuldade em lê-las.

Quanto ao melhor, nossa, teria muito a dizer:

a adaptação perfeita dos quadrinhos para o filme. Aqui ao lado, vocês podem ver algumas imagens dos quadrinhos e se procurarem aqui pela internet também podem achar mais e perceber a quase exatidão nessa transformação de linguagem.
Também poderia falar sobre a leveza, que é ao mesmo tempo densa e dramática, com que os assuntos mais pesados e sofridos são tratados. Leveza essa trazida, com certeza, pela comicidade que por muitas vezes aparece no filme.
O riso é tão fácil e natural neste filme como também é natural a indignação pelo modo absurdo que é mostrado o regime político e social no Irã, talvez por isso esse filme tenha sido banido do Irã (para ver como as coisas não mudam tanto).
E também fico com o Ricardo Reis: os lírios nos seios são ótimos e eles, os lírios e o aroma por eles exalam, ligam o início e o fim do filme em uma bela abertura e encerramento.
Também poderia falar da direção de arte, mas disso vou falar logo abaixo

Mas voltando ao nome. Persépolis. Por que Persépolis?

Persépolis se localizava no atual Irã, foi a capital religiosa dos Aqueménidas — Império Aquemênida, que na Antigüidade (522 a.C.) dominou a região do Oriente Médio — e era a antiga capital do Império Persa.
Em 1931, foram encontradas ruínas de um enorme palácio. Depois desta descoberta Persépolis passou a ser um importante sítio arqueológico do Império Persa. Nestas escavações perceberam-se a avançada arquitetura da época e também foram encontradas uma variedade enorme de cerâmicas, estatuas e diversos artefatos além das grandiosas ruínas.

Persépolis foi destruída e saqueada por Alexandre, O Grande por volta de 300/330 a.C. Lá encotrou o enorme e magnífico Palácio de Xerxes — aquele que derrotou Leônidas — um pouco desta história e da beleza do Império Persa pode ser visto no filme 300.
Hoje Persépolis é Patrimônio da Humanidade da UNESCO, instituído desde 1979. Tem muita coisa nesta história que justifica a escolha do nome.

E muito desta história e da beleza da arte persa pode ser vista no filme através da belíssima direção de arte.
Percebemos claramente a preocupação com os detalhes, nos panos de fundo, nos desenhos das árvores, nas casas, na decoração de prédios, na arquitetura etc. Agora, depois de conhecer a cidade de Persépolis, a arte persa aparece clara em praticamente todos os quadros, cenas, do filme. Além também da influência da arte expressionista européia — Marjani termina vivendo em Paris — que eu achava que eram coisas da minha cabeça ver relação com Klimt, Munch, van Gogh, o fauvismo de Matisse, e também com o cinema expressionista. Mas não, não eram coisas da minha cabeça. Na imagem abaixo podemos perceber detalhes da arte e arquitetura Persa e que podem ser vistos no filme.


Marjani fala disso, e muito mais, em uma entrevista, em inglês, que deu ao New York Times e, fala também, das influências do cinema expressionista de Fritz Lang — mais precisamente do filme Metrópolis. Em alguns momentos parece que estamos em cenas ao estilo de O Gabinete do Dr. Caligari. Marjani também se inspirou em Bergmam, Scorsece e no filme The Night Of The Hunter (O Mensageiro Do Diabo). Nesta entrevista você também poderá ver alguns storyboards e desenhos de produção do filme.




Bem perguntamos sempre se os participantes se identificaram com algum personagem, vamos as respostas:

Alexandre: Marjani, pela luta interna pela liberdade
Daniel: com a Marjani
Deborah: um pouco com a Marjani, pela busca pela identidade e sentido da vida
Eduardo: com Marjani, por sua busca em prol de si mesma.
Madeleine: com a Marjani, pela busca da identidade em um ambiente caótico
Priscila: em alguns momentos com a Marjani, por gostar de conhecer tudo a sua volta, ser curiosa e determinada
Ricardo Prado: com a Avó da Marjani, que age como a consciência dela ao longo do filme.
Ricardo Reis: com a Marjani
Carbone: com o Pai de Marjani, pela devoção à família e a certa iconoclastia no que dizia a certos costumes



• Sobre a pergunta sobre que cor daria ao filme,
não tivemos uma grande maioria, duas pessoas falaram vermelho, duas branco e as outras citaram cores diferenciadas. Vale lembrar que é uma animação em PB com pitadas de cenas coloridas.

• Uma cena do filme:

Alexandre: a família reunida quando Marjani volta para casa após passar necessidades em Viena
Daniel: o Deus idealizado pela menina
Deborah: a avó e a menina na última noite antes dela partir
Eduardo: a conversa entre Marjani, Deus e Marx.
Madeleine: análise de Marjani com o psicanalista (e a “atenção” deste ao caso dela)
Priscila: a relação com a avó - cena das flores
Ricardo Prado: a dupla representação do namorado: galã em um instante e monstro no outro
Ricardo Reis: a cena da depressão
Carbone: a cena onde o pai da menina depois de terem jogado seu vinho fora

Para mim são tantas as cenas do filme que merecem ser mencionadas mas, como peço para todos uma, também falo de uma: a cena do último encontro de Marjani e sua avó. Pela ligação entre as duas e pela relação desta cena com início e fim do filme, principalmente pelos “lírios no seio” que passeiam, aparecem, em vários momentos do filme — e tem a cara da arte persa que citei acima. Também é a personagem com quem me identifico, a avó, e essa identificação ficou clara na cena em que elas conversam sobre o medo de Marjani do divórcio e sua avó fala que na época dela ela já havia se divorciado em tempos onde os preconceitos eram bem maiores, mostrando não apenas que estava a frente de seu tempo, mas mostra não acreditar em rótulos, não temer preconceitos e por acreditar na busca pela felicidade e por tudo que ache certo, justo.



E vamos terminando com uma frase sobre o filme:

Alexandre: toda liberdade de expressão tem seu preço e suas reações
Daniel: todos os seres humanos são iguais, tem os mesmos desejos e sonhos
Deborah e Eduardo: seja fiel a você mesmo
Flávia: Criativo e inteligente
Madeleine: estamos sempre buscando lá fora e cá dentro e a fronteira ainda é o melhor lugar!
Priscila: liberdade sempre!
Ricardo Prado: Nunca renegue sua identidade
Ricardo Reis: Feliz é aquele que não tem nada a temer
Carbone: visão singela da vida em meio a um contexto de guerra traz à tona a vontade da vida ser bela

A minha: Nunca esqueça quem é, de onde veio, seja digno e fiel a seus princípios e seus sonhos sempre

.

domingo, 20 de abril de 2008

Chega de Saudade...


Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela não pode ser...”

Chega de Saudade é um filme assim, cheio de saudades, de melancolia, de solidão, de dores, de espera mas também repleto de sorrisos, de amores, de desejos e de felicidade. Não é um filme simples, é fácil, mas não simples. Digo isso porque:

Quem gosta de filmes com finais claros onde os personagens tem suas histórias resolvidas e definidas, não vai gostar de Chega de Saudade. Seus personagens seguem no tempo, terminam com a vida em aberto onde o rumo pode ser o mais variado possível, como na vida real, onde nunca sabemos realmente o que nos aguarda. Os personagena avançam na história do mesmo modo que nós avançamos na nossa vida, naturalmente.

Quem gosta de ouvir diálogos e só entende um filme através da troca de palavras e frases entre personagens, também não vai gostar de Chega de Saudade. Nele os grandes diálogos são feitos pelos gestos, pelos olhares, pelo som, pelas cores. É um filme onde não precisamos dizer, por exemplo, que a personagem de Tônia Carrero sofre de Alzheimer, isso esta descrito nos gestos e olhares entre ela e seu marido. Gestos e olhares estes que fazem com que suas histórias, assim como a de todos os personagens toquem mais a gente. Quem não entender diálogos que não são feitos por palavras, não vai entender, nem gostar de Chega de Saudade.

Quem gosta de grandes cenários, variedade de locações, também não vai gostar de Chega de Saudade. O filme se passa em um único lugar, que não é grande, mas é perfeito. É um personagem a parte neste filme.


“Diz-lhe numa prece que ela regresse
porque eu não posso mais sofrer...”

Vai gostar de Chega de Saudade, quem gosta de histórias de vidas reais. Quem gosta de se emocionar, quem gosta de amores e de dores, quem gosta de bons personagens, de bom texto — mesmo quase sem diálogos — e quem entenda que, para isso, precisamos ver com outros olhos e ouvir não apenas com os ouvidos.



Chega de Saudade foi o filme escolhido no nosso CINESURPRESA e, como vocês já devem ter percebido, eu amei o fime. Mas vamos ao nosso encontro.

Desta vez, também tivemos um número maior de gente nova. Estávamos em 15 pessoas e destas participaram pela primeira vez: Amanda Pereira, Breno Silva, Marilda Canelas, Rafaela Rodrigues, Ricardo Prado, Rodrigo Azevedo, Sandoval Abrantes, Solange Figueira, Vinícius Vianna e da turma antiga: Daniel Ravanelli, Daniel Trigo, Eduardo Ricci, Madeleine Alves, Márcia Okida (eu) e Ricardo Reis.

A nota média dada pelo grupo para Chega de Saudade foi 7,8 colocando o filme em 4º lugar no nosso Ranking. Das 15 pessoas que assistiram apenas 2 não gostaram e 9 veriam o filme novamente — eu então quero até comprar e o original para mim :)

“Chega de saudade a realidade é quem
sem ela não há paz não há beleza...”


Começamos a perguntar em nossos encontros sobre que cor que representa o clima do filme. Para Chega de Saudade a cor mais citada foi a vermelha seguida de amarelo âmbar. Uma pessoa citou verde e outra o bege. Para mim Chega de Saudade tem a cor da saudade do passado, da nostalgia, ou seja: violeta.


O melhor e pior do filme para nossos participantes


O MELHOR

Amanda: trilha sonora • Breno: as músicas • Daniel Ravanelli: a vida como ela é • Daniel Trigo: como contar histórias de várias pessoas em uma só história • Eduardo: saudades e amores... a condição humana • Madeleine: a trilha sonora (fundamental para o filme), os primeiros planos, as luzes e cores quentes • Marilda: o filme escancara as rugas e a solidão humana • Rafaela: o diálogo • Ricardo Prado: a fotografia • Ricardo Reis: o filme todo • Rodrigo: Cássia Kiss • Sandoval: música e mulheres • Solange: a tristeza de Cássia Kiss vendo sua paixão declamando “carinhoso” para outra • Vinícius: as músicas

“é só tristeza e a melancolia
que não sai de mim, não sai de mim, não sai...”


O PIOR

Amanda:
nada • Breno, Daniel Trigo, Rafaela e Vinícius: tudo se passar em um ambiente • Daniel Ravanelli: pouco dramático • Eduardo: preconceito • Madeleine: quase descritivo, o filme poderia aprofundar as reflexões de alguns personagens • Marilda: o botox da Elza Soares • Ricardo Prado: falta profundidade às histórias • Ricardo Reis: Paulo Vilhena • Rodrigo: poucas músicas de Lupcínio Rodrigues • Sandoval: se liga mané • Solange: a primeira cena de Tônia Carrero saindo do carro.

“mas se ela voltar, se ela voltar,
que coisa linda, que coisa louca...”


Para mim, não existe pior em Chega de Saudade. Talvez pudesse falar do Paulo Vilhena que é um ator médio de atuação média. Talvez pudesse falar de detalhes que não fazem parte do roteiro. Mas nada disso seria realmente algo de ruim no filme.
Na minha opinião o filme é perfeito. A minha nota foi 10 e não teria nenhuma consideração negativa a fazer.

A direção de arte e fotografia nos transportam perfeitamente para o clima e sensação de um salão de baile. O filme com textura granulada, ajuda na atmosfera que mistura melancolia, solidão e paixão... parece que estes sentimentos pairam no ar e nos olhares de cada personagem. As cores e luzes são próprias destes ambiente e tem seus tons reforçados pelos detalhes, pelos figurinos, pelas nuances dos rostos maquiados e pela iluminação que embala cada ritmo. Quem já foi em um salão de baile deste tipo, dança de salão, sabe do que estou falando quem não foi, sente perfeitamente como ele é.

“pois há menos peixinhos a nadar no mar,
do que beijinhos que darei na sua boca...”




O recorte da luz vale um olhar atento juntamente com a mudança de cada ritmo, de cada trilha sonora, onde as músicas não interagem apenas com os corpos que bailam, mas cada música conversa com os olhares, gestos, cores e formas de cada cena mostrada.
A trilha sonora é perfeita, passa por diversas épocas, estilos, tendências como tango, bolero, forró, gafieira, samba, valsa e tantos outros clássicos de salão de baile como Carinhoso, Risque, Alguém Me Disse etc (você pode ouvir todas as músicas do filme na nossa coluna a esquerda). E o filme termina com um arranjo belíssimo de Chega de Saudade ao melhor estilo do choro. Não tem como não querer comprar a trilha do filme.

“dentro dos meus braços,
os abraços hão de ser milhões de abraços...”


Ser em um local apenas, faz com que tudo se torne mais real, mais próximo de nós. Todos vivem no mesmo mundo e partilham da mesma história. Não dá para achar algo de ruim em um filme destes, dá? Dá para querer que ele seja diferente mas, quando vemos um filme, devemos entender a proposta para que ele foi feito e assistí-lo com o olhar preparado para isso. E toda a proposta de filmagem de Chega de Saudade fala do motivo e do porque foi feito:

• Para falar com você através de diálogos feitos pelo som, gestos, corpos e olhares.
• Para entrelaçar cada história contada, mostrando os problemas, desejos angústias e amores
• Para mostrar como podemos viver e partilhar os mesmos problemas
• Que todos amam, sofrem e desejam, não importando a época em que se vive ou a idade que temos.
• Mostra que o inesperado sempre existe e que mudar o rumo de nossas vidas é sempre possível
• E como diz no final do filme: sempre haverá um outro dia e tudo pode recomeçar.

“apertado assim, calado assim,
colado assim abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim...”


Também fazemos a seguinte pergunta em nossos encontros: Com qual personagem você se identificou e por que?

Amanda: Elza (Betty Faria) e Marici (Cássia Kiss) pois mostram a tentativa de sorrir, mesmo que não estejam felizes, o sorriso como máscara • Breno, Daniel Trigo e Vinícius: Marquinho (Paulo Vilhena) porque eu também não gostaria de ver outro homem paquerando a minha namorada, teriam a mesma reação que ele • Daniel Ravanelli: Bel (Maria Flor) • Eduardo: Ernesto (Luiz Serra) é vivo e busca sempre um novo amor • Madeleine, Rodrigo: com nenhum • Marilda: Marici (Cássia Kiss) Talvez pela análise do ponto de vista feminino sobre os homens • Rafaela: Alice (Tônia Carrero) por as vezes ter medo de expor meus sentimentos • Ricardo Prado: Álvaro (Leonardo Villar) porque que é um dos mais humanizados e que mais “progride” • Ricardo Reis: com todos, são fragmentos de vida, emoções e esperanças • Sandoval: com Eudes (Stepan Nercessian) • Solange: Elza (Betty Faria) querendo dançar e não ser convidada



Também pedimos uma frase sobre o filme para cada um

Amanda: fala de um único sentimento quer liga todos os personagens: a solidão disfarçada de alegria
Breno: Não confie sua namorada a homem nenhum, nem mesmo para seu próprio avô
Daniel Ravanelli: sem preconceito
Daniel Trigo: A vida pode ser resumida em poucos minutos
Eduardo: Antes vivo do que morto
Madeleine: Choques catalizadores em uma pista de dança
Marilda: A reflexão sobre a solidão da velhice e o desejo de encontrar o par perfeito
Rafaela: “Só anote o que for importante”
Ricardo Reis: Viver é a melhor motivação para se estar vivo
Rodrigo: “Você não vale nada mais eu gosto de você”
Sandoval: Recordação
Solange: Envolvente
Vinícius: Aproveite sua vida ao máximo

“que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim...”

Bem eu... eu me identifiquei com a personagem Rita, Clarisse Abujamra, mas não pelo fato dela deixar o marido em casa para ir ao baile e lá, traí-lo com outro, não me confundam ok! Mas pelo fato de ser a personagem responsável pelas cenas mais eróticas e sensuais do filme, que também são minhas cenas favoritas: o momento em que ela dança tango — muitos que me conhecem sabem o quanto amo essa dança e ritmo — e logo depois, quando termina a dança, o erotismo e sensualidade causados por esse ritmo são tão fortes que ela se tranca no banheiro e se masturba em uma cena belíssima onde beija eroticamente o azulejo da parede. Logo mais a frente ela e seu homem, do baile, são os responsáveis por uma suave cena de sexo sentados na cadeira da mesa onde estão... sensualidade e erotismo puros. Gosto disso.
Quanto a frase, para mim é simples a minha frase é: Chega de Saudade...
Já diz tudo, explica tudo.

“Não quero esse negócio de você viver assim...”

Também pedimos para que cada um fale qual foi a sua cena favorita, a minha acabei de contar acima:

Amanda: A expressão de tristeza de Elza, Betty Faria, chora demonstrando seu desespero depois das tentativas, frustradas, de não se sentir só.
Breno: Marquinho seguindo o homem que paquerou sua namorada
Daniel Ravanelli: A poesia do final
Daniel Trigo: Beijo no Azulejo da personagem Rita, Clarisse Abujamra.
Eduardo: Cena com a música “Não Deixe o Samba Morrer”
Madeleine: a cena do tango
Marilda: A expressão de tristeza do personagem depois que a perua rica Rita, Clarisse Abujamra, vai embora
Rafaela: Ezla, Betty Faria, chorando
Ricardo Prado: Quando seu Álvaro, Leonardo Villar, “vê” a falecida mulher
Ricardo Reis: A cena final, quando o baile termina, para abrir na noite seguinte.
Rodrigo: A dança final entre Álvaro, Leonardo Villar, e Alice, Tônia Carrero.
Sandoval: Uma cantada
Solange: A chocante cena de Elza, Betty Faria, roubando um beijo do rapaz que pagou por dançar
Vinícius: Os pés das pessoas dançando


“Não posso mais com esse negócio de você viver sem... mim!”

E assim termina Chega de Saudade deixando um clima de quero mais e com muita vontade de ouvir música boa — que vale lembrar você pode ouvir toda a trilha no nosso menu ao lado esquerdo — pelo menos para mim! Ah! quero deixar registrada a passagem do Bar, Alexandre Barbosa, no nosso encontro depois do filme, apenas passando para comprar churros.

Vale uma passagem pelo site oficial de Chega de Saudade que é tão bom quanto o filme e tem uma área onde posemos enviar um Correio Elegante e deixei um recado para todos vocês que participem ou nos lêem. Entrem no site e cliquem no link Correio Elegante ou cliquem aqui direto e onde diz procurar coloquem a palavra Surpresa e pronto encontrarão seu recado! Aproveitem e mande um Correio Elegante para alguém... entrem no clima!

Aproveitem para ler a entrevista com o Diretor de Fotografia Walter Carvalho, vale a pena, assim como tantos outros materiais do filme. Abaixo um vídeo do Chega de saudade para vocês.




Espero seus palpites opiniões e sua presença no nosso próximo encontro que será dia 11 de maio, como sempre o segundo domingo no mês de maio, desta vez no Espaço Unibanco as 18h para nosso 10º encontro. Até lá.


quarta-feira, 9 de abril de 2008

9º Encontro


Nosso 9º encontro do Cinesurpresa será neste domingo, dia 13 de abril, desta vez no Cinemark de Santos, no Shopping Praimar.
Então se você ainda não foi esta é a chance, as 18h em ponto estaremos esperando por vc!

segunda-feira, 24 de março de 2008

JOGOS DO PODER


Chegamos ao nosso 8º CINESURPRESA, e logo logo completaremos 1 ano e, com certeza, teremos surpresas nesse primeiro aniversário que, lógico, você não poderá perder. Portanto já anote e fique na espera: será no dia 10 de agosto de 2008. Bem, por enquanto vamos falar do nosso 8º encontro que foi pela primeira vez no Cine Roxy e depois fomos comer uma pizza, uma massa ou simplesmente tomar uma água, na Cantina Liliana que será nosso ponto de encontro sempre que estivermos no Cine Roxy. Para você que acompanha e participa sempre com a gente fique por dentro: agora o CINESURPRESA acontece uma edição (mês) em cada uma das seguintes salas de cinema:

• Cinemark: abril, julho, outubro
• Espaço Unibanco: maio, agosto, novembro
• Cine Roxy: junho, setembro, dezembro

Sempre as 18h em frente a estes locais, ok! Agora não tem mais como você falar que não sabe aonde estaremos. Desta vez o filme surpresa foi Jogos do Poder (a votação foi entre ele, 1000 anos AC e Rocky) e, neste encontro a maioria das pessoas eram novas, participavam pela primeira vez e muitos dos nossos participantes constantes não puderem estar com a gente como: Fabio Machado, Letícia e Eddie.

Mas antes de falar quem eram os participantes, gostaria de reforçar aqui a proposta do CINESURPRESA, faço isso porque desta vez, e pela primeira vez, uma pessoa falou que não queria que sua opinião fosse divulgada. Bem, a proposta dos nossos encontros está justamente na discussão, bate-papo, entre pessoas diferentes, com olhares distintos sobre um mesmo tema, filme, com o objetivo de trocar informações e mostrar, para todos que lêem nosso blog e gostam de cinema, que todo e qualquer gênero de filme está apto a ser visto e debatido. Todas as opiniões são sempre aceitas de bem vindas, independente do gosto pessoal de cada um dos participantes. Portanto assistir um filme sem deixar sua opinião, ou sem deixar divulgá-la, não faz parte do nosso objetivo. Por isso deixamos claro aqui que em todos nossos encontros a opinião e a divulgação dela é obrigatória para a participação no CINESURPRESA nem que seja um simples “Não gostei!” como até já aconteceu. Este é um espaço aberto de debate e de discussão de livre que permite todos os olhares e opiniões.

Esclarecimentos feitos os nossos participantes que viram o filme Jogos do Poder foram (em azul os novos): Caroline Desireé, Daniel Ravanelli, Daniel Trigo, Denival Oliveira, Eduardo Araújo, Eduardo Ricci, Guilherme Henrique, Isabella Schramm, Jéssica Indiara, Laura Pinheiro, Madeleine Alves, Márcia Okida, Mariana Benjamim, Osvaldo DaCosta, Ricardo Reis, Tássia Martins, Victor Martin, Viviana Ramos e Viviane Alves.

Dos 20 participantes 17 gostaram do filme, 2 não gostaram e 1 disse mais ou menos. Mas apenas 8 veriam o filme novamente. A média de nota dada foi de 7,2 o que coloca Jogos do Poder em 6º lugar no nosso Ranking Surpresa, ganhando apenas de Duro de Matar que ficou com média 7.

O filme em uma frase por cada um dos participantes:

Caroline: “Você pode gastar 1 bilhão de dólares com a guerra e não podem gastar 1 milhão para construir escolas”
Daniel Ravanelli: Política é poder
Daniel Trigo: “I want you” (Eu quero Você, por Tio Sam)
Denival: “Nós fizemos tudo certo, mas no final acabamos fazendo merda”
Eduardo Araújo: Jogos do Poder: resume todo o filme
Eduardo Ricci: O poder é regado a sexo
Guilherme: “Pode-se enganar muitos por pouco tempo, poucos por muito tempo, mas não pode-se enganar todos a todos tempo - Lincoln”
Isabella: Troca de favores
Jéssica: não respondeu esta pergunta
Laura: “No começo nós fizemos tudo certo, mas no fim, estragamos tudo.
Madeleine: Um bando de andorinhas só faz verão até quando lhes convêm
Mariana: Os americanos compram uma briga, mas só vão até onde é vantajoso para eles.
DaCosta: O Mestre Zen
Ricardo: A história nunca muda
Tássia: “No finalzinho sempre acaba em merda”
Victor: Não é o tipo de filme que me chama a atenção, pois não me entretive nem me fez ficar preso a ele.
Viviana: Tentamos fazer o melhor, mas no final sempre erramos um pouco
Viviane: pediu que não divulgássemos sua opinião.

A maioria das pessoas disse que o filme tem o clima da cor vermelha pelo poder, sangue, terrorismo ou amarela cor do ouro, riqueza, dinheiro etc. Também foram citadas as cores verde (pelo dólar), preto e cinza.
Gostaria de aproveitar aqui e deixar registrada a participação de Maria Benjamim que mesmo sendo acompanhante de umas das participantes, Mariana Benjamim, viu o filme e participou do nosso bate-papo dando suas opiniões sobre o filme. Obrigada, é disso que gostamos em nossos encontros.


Os pontos positivos do filme

Caroline: Fotografia, angulação, trilha sonora e atuações • Daniel Ravanelli: A inteligência emocional é fundamental nos jogos do poder • Daniel Trigo: A realidade mundial • As crianças mesmo dilaceradas pela guerra mantinham o ar de inocência e esperança • Denival:Eduardo Araújo: A esperança dos afegãos que mesmo em meio ao caos continuavam acreditando no fim da guerra • Eduardo Ricci: Julia Roberts • Guilherme: Trilha sonora, fotografia e atuação • Isabella: Conscientização sobre a situação que os afegãos estavam passando • Jéssica: A força de vontade do trio • Laura: A realidade da política americana e a fotografia • Madeleine: A atuação de Phillip Seymour Hoffman, a trilha sonora (mescla de ocidente com oriente) e a situação histórica • Mariana: O desejo do congressista em ajudar os afegãos • DaCosta: Não existe (no sentido de como o filme mostra a desgraça mundial, política e etc) • Ricardo: A infância comove o coração! • Tássia: Tom Hanks • Victor: A fotografia, a filmagem e as atuações • Viviana: O bom humor que aparece no filme descontraindo um tema tão sério

Já os negativos

Caroline: Enredo, roteiro, excesso de informação política o torna cansativo • Daniel Ravanelli: Não esclareceu o falo russo da história, seus motivos e objetivos • Daniel Trigo: A legenda • Denival: Fome e miséria • Eduardo Araújo: Um filme muito burocrático • Eduardo Ricci: Política americana • Guilherme: Dialógos e detalhes (muito detalhista) • Isabella: Um certo apelo sexual (muito exagerado! rs) • Jéssica: A realidade sobre a guerra, a fome • Laura: Muito diálogo • Madeleine: A rapidez com que algumas informações são transmitidas ao espectador • Mariana: O apelo sexual • DaCosta: A falta de humanidade • Ricardo: Excesso de diálogos — tem que entender de história — a guerra fria, Paquistão etc etc • Tássia: A guerra e o sofrimento alheio • Victor: A história e o desenrolar dela • Viviana: Ver o que muitos poderosos fazem contra os menos favorecidos, ou seja, uma guerra travada contra um povo que não tinha como se defender.

Jogos do Poder é um filme polêmico e como é baseado em um fato real, essa polêmica toda acaba mexendo demais com todos que assistem, pelo menos senti isso com quem conversei nesse encontro. E pensar que muita coisa foi deixada de lado e, mesmo assim, tentando encobrir detalhes, ele ainda choca alguns.

Gostei do filme, dei nota 8, é forte, impactante, mexe com nossos sentimentos, mas acima de tudo, me incomodou. Saí do filme com aquela sensação de que não fazemos tudo que podemos ou devemos, sensação de querer fazer mais, mas, sem saber como. Não sei se todos saem com a mesma emoção, troquei algumas idéias com o DaCosta e, pelo menos nós dois, compartilhávamos desta mesma sensação. Sobre frase sobre o filme que sempre pedimos para todos, a minha seria: o que não se faz em nome de Deus e da política... em nome da paz e da guerra e o pior o que só se faz quando o lucro é garantido mesmo que isso envolva morte, penúria, tristeza, mutilações, fome, miséria extrema etc.

Por que o homem, ou a maioria deles, principalmente aqueles que estão no poder, só se envolvem emocionalmente ao verem — com seus próprios olhos bem ao estilo São Tomé de ver para crer — crianças mutiladas, praticamente mortas, mas ainda com sorriso de criança. Uma cena no filme que me chocou bastante: os russos colocavam bombas escondidas em brinquedos de crianças para que, propositalmente, elas pegassem e, se mutilando, os pais seriam obrigados a ficar em casa cuidando delas e assim não iriam para guerra. Imaginar que isso possa passar, e passa, na cabeça de alguns é torturante. E esta cena, seqüência de fatos contados deste tipo, mexeu demais comigo, me emocionou bastante.

Diria que este filme, acima de tudo para mim, é um filme triste, e por ser real é amargamente mais triste ainda. E foram sobre temas assim os papos foram acontecendo no nosso encontro, a destruição causada pela guerra, os refugiados, os jogos de poder que são feitos pela politicagem para ajudar os refugiados afegãos, a politicagem em nome de Deus e tantas coisas mais. Mas ao meu ver o filme comete alguns erros como:
• os diálogos que são muitos, rápidos e longos, praticamente uma metralhadora de falas
• o excesso de informação política e histórica pode deixar a grande maioria das pessoas perdidas e por isso se torna cansativo e burocrático
• deviam ter mostrado mais como Charlie Wilson era na realidade — o que daria uma particularidade maior ao personagem e à sua luta. O filme mostra Charlie (Tom Hanks) como um bebebor inveterado e envolvido sempre com belas mulheres — o congressista só possui assistentes mulheres e as escolhe pela beleza e tamanho dos seios — mas fizeram isso de um modo leve. Charlie além de alcoólatra e usava cocaína. Seu problema com “problema” com drogas, bebida e mulheres era muito maior do que é mostrado no filme. Tudo bem quiseram encobrir um pouco, mas acredito que se tivessem mostrado claramente esse lado do congressista, isso teria dado mais particularidade e força ao personagem. Não entendam isso como um favorecimento as drogas, álcool etc. É somente uma colocação já que o filme pe baseado em fatos, pessoas reais e que inclusive você pode ver entrevistas delas no vídeo abaixo.



Mas mesmo assim, mostrando isso tudo de leve — não temos cenas de nudez, de sexo, extremas — o filme ainda choca alguns, alguns até de nosso grupo.

Desde nosso último encontro incluímos a seguinte pergunta aos participantes: Com que personagem você se indentificou?

Caroline: O jogador de xadrez, ajudante de Hoffman
Daniel Ravanelli: Com o jogador de xadrez, o estrategista
Denival: Com o Gust (Phillip Seymour Hoffman), quando acredita em alguma coisa vai até o final e enfrenta tudo e todos
Eduardo Ricci: com o agente da CIA (Phillip Seymour Hoffman)
Guilherme: Com o Gust, espião (Phillip Seymour Hoffman) pelo instinto e sensibilidade
Isabella: Com a secretaria do Tom Hanks, pelo profissionalismo durante o processo
Madeleine: Com o Gust (Phillip Seymour Hoffman) pela determinação, perseverança, sinceridade e prudência
Tássia: Charlie (Tom Hanks), pois é uma pessoa persistente, conseguindo as coisas que quer
Victor: Com a assistente que fazia com que o filme não fosse tão parado
Viviana: De certa forma com o Charlie (Tom Hanks), que ao presenciar uma realidade difícil se compadece e luta para mudar
DaCosta, Daniel Trigo, Eduardo Araújo, Jéssica, Laura, Mariana, Ricardo: Não se identificaram com nenhum personagem

Eu me identifiquei com dois personagens que aparecem uma única vez, mas que no momento da cena eram dois em um. Dois afegãos aparecem em um momento no filme onde, pela primeira vez, tem em suas mãos uma arma capaz de destruir os aviões russos e, nossa, como torci por eles para que acertassem o tal avião. Com certeza eu seria um daqueles dois afegãos ou os dois até. Algumas pessoas se chocaram por eu ter falado isso, mas naquele momento do filme eu já estava tão tomada de uma sensação de dor, de absurdo, de raiva etc que era só poderia querer algo assim. E olha que sou uma pessoa super da paz!!!



E por isso mesmo que não veria esse filme de novo. Incomodou-me demais.
Mas indico, recomendo inclusive se quiser leia uma ótima crítica sobre esse filme clicando aqui. Precisamos devemos conhecer essas histórias, sentir de perto e, se já conhecemos, devemos não esquecer, para tentar, ao nosso modo ajudar quem podemos e como podemos. Saí deste filme assim: com nojo dos Jogos de Poder que existem para que a paz seja alcançada e que, mesmo assim, no final descobrem que fizeram m.....!

É isso aí gente! Como sempre mandem palpites, opiniões e participem do nosso próximo encontro que será dia 13 de abril as 18h no Cinemark de Santos.

quarta-feira, 5 de março de 2008

8º CINESURPRESA - Cine Roxy - dia 9.03 - 18h

E quem diria já estamos no 8º encontro do CINESURPRESA, e cada vez com mais surpresas: sorteios e agora com um lugar ideal para a nossa conversa depois do filme que você saberá no dia lógico, é surpresa. E nossa 8ª edição será em um outro cinema da cidade, desta vez estaremos no Cine Roxy, no Gonzaga, as 18h em ponto para escolher por votação com quem estiver lá neste horário o filme e sessão que iremos ver, então cheguem na hora ok!
Não percam mais um encontro desta turma: dia 9 de março - 18h - Cine Roxy, Gonzaga, Santos. Te vejo por lá.
Ah! e não se esqueçam de reservarem um lugar no nosso já famoso jantar CURTA NA MESA, veja abaixo e leia mais no blog da Associação Cultural Vontade de Ver.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Cara ou Coroa? Faça a sua escolha, amigo...



Neste 7° CINESURPRESA, tivemos mais gente nova, a volta de velhos participantes fundadores e uma boa discussão, mesmo tendo sido feita com papéis que iam e vinham de cada lado da mesa. O filme escolhido, ou melhor, o mais votado entre os que passavam entre 18h e 19h foi Onde os Fracos Não Tem Vez, um dos grandes indicados ao Oscar deste ano. Concorriam com ele Desejo e Reparação e O Caçador de Pipas.
Tivemos novidades: 4 sorteios que, lógico, não foi dizer o que foi sorteado, afinal o encontro é baseado nas surpresas e já temos mais sorteios programados para o próximo que será dia 9 de março, desta vez no Roxy, e prometemos a todos que já estamos vendo um local mais tranquilo para os nossos papos finais. Então não percam!

Bem, vamos a nossa turma surpresa de fevereiro e em ordem alfabética para não ter briga :)) e em azul os participantes que se juntaram a nós pela primeira vez:
Amilcar Barreto • Cibele Oliveira • Cláudia Busto • Daniel Ravanelli • Deborah Okida • Eddie Santana • Eduardo Ricci • Fabio Machado • Gustavo Klein • Letícia Cheneme • Madeleine Alves • Marcelo Correa • Márcia Okida • Mariana Borges • Nara Assunção • Priscila Rodrigues • Ricardo Reis • Viviane Pereira • Wania Teles

Dos 19 participantes da noite 16 gostaram do filme, mas apenas 10 veriam o filme novamente, 1 pessoa disse que gostou mais ou menos e 2 não gostaram.
A média das notas dadas para o filme foi de 7,5 o que deixa Onde os Fracos não Tem Vez em 5º lugar no nosso Ranking Surpresa (veja ao lado) e já deixo o início de minha opinião aqui: acho uma injustiça, foi um dos melhores filmes que vimos até agora, senão o melhor.
Tivemos algumas perguntas novas em nossa enquete sobre o filme:


Com que personagem você se identificou e por que?

Amilcar Barreto: Anton Chigurh (Javier Barden). Ele não muda durante o filme
Cibele Oliveira: Loretta Bell (Tess Harper) a mulher do xerife, porque em apenas duas cenas mostrou ser uma mulher de personalidade forte
Cláudia Busto: A gordinha que não faz idéia de quem estava na sua frente. Nuca me imaginaria vivendo nesse mundo
Daniel Ravanelli: Carson Wells (Hoody Harrelson) o contratado para apaziguar pela ponderância
Eddie Santana: Llewelyn Moss (Josh Brolin), o marido, pela maneira como ele agiu
Eduardo Ricci: Anton Chigurh (Javier Barden)... faltou o motivo Eduardo!!!
Gustavo Klein: Shefiff Bell (Tomy Lee Jones) o xerife semi-aposentado, pela perplexidade diante do inevitável
Letícia Cheneme: Carla Jean Moss (Kelly Macdonald), a esposa, pois mostrou coragem na hora em que mais precisava
Madeleine Alves: Com o cahorro que nada no rio obstinadamente atras de seu alvo
Mariana Borges: Deputy Wendell (Garret Dillahunt) o 2º detetive, por ser empolgado curioso
Priscila Rodrigues: Shefiff Bell (Tomy Lee Jones) pela sua determinação
Ricardo Reis: Anton Chigurh (Javier Barden) pelo olhar penetrante
Wania Teles: Llewelyn Moss (Josh Brolin) por não desistir até o fim
Deborah Okida, Fabio Machado, Marcelo Correa, Nara Assunção Viviane Pereira: com ninguém

A segunda pergunta nova foi uma preparação para o festival de cinema Cineme-se 2008 que tem como temas este ano as cores no cinema, então a pergunta foi: Que cor você daria a este filme e por que?

A cor mais citada foi Vermelho escolhida por 9 pessoas e o motivo que praticamente todos deram foi pela violência, ganância, poder pela tensão que existe durante todo o filme.
4 pessoas falaram de cores com tons terrosos por uma associação material com deserto, faroeste e o clima agreste.
Também foram citadas o amarelo (2 pessoas - riqueza e clima quente calor e o verde (2 pessoas - pelo relação com dólares) e uma pessoa citou a cor cinza e outra o preto.

• Sobre as melhores coisas do filme as opiniões foram:

A ótima interpretação dos atores (Wania, Gustavo) • Roteiro (Eduardo, Priscila, Cibele) • Fotografia (Eduardo, Priscila, Claudia, Nara, Madeleine) • o personagem do Tomy Lee Jones (Letícia, Fabio) • algumas interpretações (Viviane) • cenas impactantes (Marcelo) • a atuação de Javier Barden (Eddie, Cibele, Fabio) • a ação (Mariana) • a cena da primeira morte no filme, não vou contar qual é que estraga (Priscila) • o psicopata (Deborah) • a frieza (Daniel) • o resultado da relação entre o homem e o gado nem sempre é o esperado (Amílcar) • sonoplastia e cenas de tensão (Madeleine) • tontura-labirinto (Ricardo)


• Já as piores:

o filme é parado e um pouco cansativo (Wania) • não tem nada de ruim (Gustavo) • a ganância (Eduardo, Cibele) • o filme nos faz pensar em vários campos de visão, não vejo algo pior (Letícia) • o roteiro (Viviane) • o final sem desfecho (Marcelo, Priscila, Deborah, Daniel, Madeleine) • o não confronto entre o psicopata e o marido (Eddie) • a paranónia que se cria em torno do louco (Mariana) • poder e dinheiro (Cibele) • a história (Cláudia, Nara) • pensar dói (Amílcar) • sangue (Ricardo) • o ritmo lento (Fabio)

• O filme em uma frase:

“Metáfora” • Amílcar Barreto “O ego torna-se uma barganha, afinal tudo se move por meio de seu ego” • Cibele Oliveira “Morte aos humanos e vida aos animais” • Cláudia Busto “Inesperado” • Daniel Ravanelli “A ganância cega as pessoas” • Deborah Okida Tenso” • Eddie Santana “O sujeito é produto do meio” • Eduardo Ricci “Faroeste pós-moderno” • Fabio Machado “Um filme as antigas onde o silêncio explica muito” • Gustavo Klein “Um dos filmes mais inteligente que eu já vi” • Letícia Cheneme “Se as suas regras te trouxeram até aqui, por que seguir as regras?” • Madeleine Alves fala de Anton Chigurh (Javier Barden) “Ótima fotografia” • Nara Assunção “Nem sempre o final é como a gente espera” • Priscila Rodrigues “Money - money - changes everthing” • Ricardo Reis Um bom roteiro salva o filme, um mal roteiro acaba com ele” • Viviane Pereira “Um filme que mostra que os “fracos” as vezes saõ so mocinhos” • Wania Teles

E agora o meu olhar sobre o filme:

“Call it friend-o” • Anton Chigurh (Javier Barden)

— Faça a sua escolha amigo. Cara ou coroa?
— Eu não apostei nada.
— Apostou sim. Está apostando a vida inteira. Você apenas não sabia.

Desde o início o filme já diz a que veio.
Cenas de homens caçando, matando animais e outros homens. Em um deste momentos, em uma panorâmica linda uma imensa sombra negra cobre vagarosamente a paisagem seca e árida do Texas. Pronto, com poucos minutos o filme já mostra o que se deve esperar em relação a ritmo, tema, roteiro e uma fotografia belíssima. Infelizmente é uma pena que poucas pessoas se dão conta disso, da proposta de linguagem e de roteiro do filme. Onde os Fracos não tem Vez, tem sofrido críticas ruins de espectadores e ótimas de especilistas que elogiam o roteiro, diálogos, fotografia etc. Mas cada um tem seu gosto, e como se diz, gosto não se discute certo!
Por isso o CINESURPRESA é sempre aberto e expõe a opinião de quem gosta e quem não gosta e esta é a minha:

“Onde os fracos não tem vez” é um grande filme, principalmente por não ser de fácil disgestão, é difícil, possui um ritmo lento para um filme de velho oeste, tem um fotografia perfeita e sonoplastia que poderia ser considerada como um personagem a parte. É um filme de personagens bem trabalhos, isso quer dizer que não possuem personildades fáceis, o contrário, e é um filme de grande e ótimos diáologos.


Críticas sobre o final do filme então, existem de monte. Acredito que isto aconteça porque as pessoas gostam e estão acostumadas com finais amarrados ou de impacto.
Mas a proposta de final do filme também está embutida durante toda a história. Em certo momento um dos personagens fala “Você sabe como tudo isso vai acabar” e em outro momento “Os crimes de hoje são difíceis de compreender”. O final acontece depois que todos tem seus destinos arrumados, tudo que tinha acontecer com cada personagem acontece, então porque e para que fazer, criar, mostrar mais?

“No meu sonho, eu sabia que ele estava indo na frente e que ele prepararia uma fogueira lá fora, na escuridão e no frio, e eu sabia que quando eu chegasse, ele estaria lá. E então eu acordei.”

Portanto, acho que é um final de impacto sim, fora do convencional, é feito para que você pense e não saia do cinema com tudo resolvido. Sem falar que é uma adaptação perfeita do romance de Cormac McCarthy onde o final é exatamente igual, assim como todo o filme possui uma adaptação correta de cenas e história.
Vale aqui falar do nome o nome original é “No country for Olf Men” que na tradução correta, não literal, do que este título significa é “Sem nação para os Velhos” e com este título fica mais fácil de entender a narração em off do início e o final do filme.

Ele começa o filme falando que gosta de ouvir histórias sobre o velho oeste, fala que vem de uma gerção de homens da lei, de xerifes, onde antigamente eles nem precisavam usar armas, antigamente tudo era diferente, nao havia tanta violencia, crueldade. Diz que nos dias hoje isso seria impossível e quem continuar vivendo e agindo como naqueles tempos não têm as mesmas possibilidades de sobrevivência, ou seja “Sem nação para os Velhos”. E termina contando uma história de uma assassinato horrível de antigamente e que estamos prestes a conhecer um caso de grande crueldade.


Que vamos ouvir e ver uma história, ou lenda, sobre o velho oeste e de um assassino perigoso fica claro com esse início de filme, não apenas pelas cenasjá descritas mas por essa locução em off do Shefiff Bell (Tomy Lee Jones).
Uma história de velho oeste e onde podemos aplicar uma frase histórica de filmes deste gênero “quando a lenda é mais interessante que um fato, publica-se a lenda” (O Homem que Matou Liberty Valance” de John Ford - um clássico do faroeste). E Anton Chigurh (Javier Barden) virou lenda com este final destes e não um caso na história.
Poderia ficar horas aqui falando e citando dialógos frases deste filme mas algumas realmente nos mostram como o roteiro e tudo mais no filme é perfeito:

— A idade simplifica o homem (Shefiff Bell - Tomy Lee Jones)
O filme tem esta simplicidade em tudo.

ou ainda o diálogo entre Carson Wells (Hoody Harrelson) e Anton Chigurh (Javier Barden)

— Você tem idéia do quanto é louco? (Carson)
— Você se refere à natureza desta conversa? (Anton)
— Eu me refiro à natureza de sua pessoa. (Carson)

Onde os Fracos não tem Vez é um filme que mostra claramente a natureza de cada um dos personagens, principalmente a de Anton, o que fica claro na primeira cena de assassinato. Seus olhar diz tudo. Fora isso tem diálogos engraçados, muitta tensão e realmente mexe com nossos instintos, incomoda.

Para não dizer que depois de tudo isso não respodi a perguntas que faço a todos, aí vai:
• me indentifiquei com o Shefiff Bell - Tomy Lee Jones pela manerira simples e direta de lidar com as coisas
• achei o final perfeito faz a gente pensar
• a sonoplastia do filme é genial, o silêncio do filme é genial sem essa sonoplastia muito bem colocada teríamos perdido muito das sensações de horror, tensão e incômodo do filme.

Bem eu indico e espero que logo mais a noite, na premiação do Oscar que é daqui a pouco ele ganhe muitos prêmios. Por isso até coloco este post antes para que ninguém fale que fui influenciada.

E como sempre mande opiniões, concondando, discordando etc etc.
Nosso próximo CINESURPRESA será dia 9 de março no Cine Roxy, na Av. Ana Costa - Gonzaga as 18h.



Tivemos ainda duas rodadas de perguntas, uma sobre a Sonoplastia do filme e a outra sobre o Final, ai vai para vocês:

O que você achou da Trilha Sonora, Sonoplastia do filme?

Amilcar: Os ruídos e o silêncio indicam ação que em muitos momentos é diluída nos ângulos e ecolhas de câmera
Cibele: As cenas do filme foram mais emocionantes com uma trilha sonora pouco atuante
Cláudia: Na verdade não reparei, porém aprendi sobre isso na discussão de hoje
Daniel: Devia estar a contento, pois não formei opinião negativa a respeito.
Deborah: sinceramente, não lembro, talvez pelo filme ser enfadonho.
Eddie: Legal
Eduardo: Trilha muito boa, consegue ser essencial sem aparecer demais.
Fabio: O filme é marcado pela ausência de trilha, momentos de silêncio que contribuem e muito para a tensão das cenas
Letícia: Depois da explicação do Eduardo Ricci... a trilha sonora foi muito boa!
Madeleine: A ausência de trilha sonora e o destaque para a sonoplastia tornam o filme peculiar e mais intenso
Marcelo e Viviane: Não lembram
Mariana: Não percebi nada de inovador
Nara: A trilha sonora aparece nos momentos certos, contando um pouco do silêncio que domina o filme.
Priscila: As cenas do filme eram tão “atraentes” que eu não me foquei na trilha sonora
Ricardo: O silêncio angustiante nos transporta para o abismo

Qual a sua opinião sobre o final do filme?

Amilcar: Estimula o diálogo entre personagem e público
Cibele: Surpreendente e inesperado o desfecho foi inteligente e simples
Cláudia: Surpreendente, inteligente e muito verdadeiro real
Daniel: Uma nova proposta que contraria a expectativa do público e mostra como realmente é o ser humano.
Deborah: Sem desfecho. Tentou passar uma “lição de vida” mas não foi feliz no propósito
Eddie: Acho que faltou um confronto entre o assassino e o marido
Eduardo: O filme mostra que o indivíduo é produto do meio. Muito bom!
Fabio: A princípio, fiquei intrigado, mas de certa forma, o final é condizente com os elementos do filme. Gostei.
Letícia: Show de bola. o Tomy Lee encerrou o filme profetizando o final de sua vida.
Madeleine: Somente depois de conversar com a Márcia entendi que ele era essencial ao filme
Marcelo: Não gostei, sem desfecho. Faltou finalização.
Mariana: Não da para saber como ele iria acabar, bom, não tenho uma resposta gostaria de ver o final do filme novamente.
Nara: Tinha uma expectativa melhor do final
Priscila: Não gostei, poderia ter dado outro desfecho. Faltou um final que correspondesse com as boas coisas do filme
Ricardo: O psicopata seguiu seu rumo, foi o único que... Um final perfeito, reflita o expectador
Viviane: Não gostei. Embora bom, mas o roteiro se perdeu do meio para o fim