CINESURPRESA
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sábado, 5 de julho de 2008
NOVO BLOG
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Mudança de Dia
sábado, 24 de maio de 2008
PERSÉPOLIS
O 10º CINESURPRESA foi em domingo de Dia das Mães e, por isso, o número de participantes foi menor. Estávamos em 11 pessoas: Alexandre Rosa (pela 1ª vez), Daniel Ravanelli, Déborah Okida, Eduardo Ricci, Flávia Person (que conheceu o grupo na saída e se juntou para dar sua opinião), Madeleine Alves, Priscila Rodrigues, Ricardo Prado, Ricardo Reis, Wellington Carbone e eu Márcia Okida. E desculpem desta vez a volta de fotos do pessoal... por uma fala ninguém levou câmera. No slide show ao lado você vê cenas do filme de das ruínas de Persépolis
O filme mais votado foi Persépolis e que, merecidamente, conseguiu desbancar os filmes que permaneciam em 1º lugar no nosso ranking surpresa. Com uma média de nota de 9,6 Persépolis passa para o 1º lugar do nosso ranking (veja ao lado).
Persépolis é uma perfeita transformação em filme, animação, da história em quadrinhos autobiográfica de Marjorie Satrapi que conta a história de uma garotinha iraniana, ela mesma, de 9 anos que cresce durante a Revolução Islâmica. O filme rendeu grandes papos e, pela primeira vez, no dia seguinte ao filme eu já havia recebido de vários participantes contribuições de textos de sites falando sobre ele ou temas relacionados, tamanha foi a empolgação e interesse pelo filme.
Uma das perguntas que fez com que saíssemos de nosso bate-papo sem a resposta foi sobre o nome do filme: Persépolis. O que seria esse nome? Por que Persépolis?
Na hora as possibilidades foram muitas, mas ninguém sabia com certeza o que seria ou o que representava a palavra Persépolis. Então vamos começar por aqui, mas antes, vamos ver algumas opiniões sobre o filme:
• Das 11 pessoas que estavam em nosso encontro todas gostaram e todas veriam novamente, uma unanimidade pela primeira vez em nossos encontros.
• O melhor no filme:
Alexandre: quando Marjane expõe suas idéias sem medo do que pode vir a acontecer
Daniel: sátira da vida
Deborah: a avó
Eduardo: a construção da identidade de Marjani
Madeleine: direção de arte, uso de efeitos teatrais em determinadas partes e a narrativa em si.
Priscila: a maneira leve que eles retratam um assunto tão intenso e pesado
Ricardo Prado: o bom humor do filme em um assunto pouco simpático a comédias
Ricardo Reis: a integridade e os lírios no seio
• O pior no filme (se é que houve):
Alexandre: os policiais que fazem o controle das pessoas muito de perto.
Daniel: nada
Eduardo: o regime político do Irã
Madeleine, Ricardo Prado: fade-outs em demasia
Carbone, Deborah, Madeleine, Priscila, Ricardo Reis: as legendas quase invisíveis.
Eu fico com o Daniel, nada de ruim. Apesar das legendas serem terríveis, mas o filme é tão bom que depois de um tempo nem reparei mais na dificuldade em lê-las.
Quanto ao melhor, nossa, teria muito a dizer:
• a adaptação perfeita dos quadrinhos para o filme. Aqui ao lado, vocês podem ver algumas imagens dos quadrinhos e se procurarem aqui pela internet também podem achar mais e perceber a quase exatidão nessa transformação de linguagem.
• Também poderia falar sobre a leveza, que é ao mesmo tempo densa e dramática, com que os assuntos mais pesados e sofridos são tratados. Leveza essa trazida, com certeza, pela comicidade que por muitas vezes aparece no filme.
• O riso é tão fácil e natural neste filme como também é natural a indignação pelo modo absurdo que é mostrado o regime político e social no Irã, talvez por isso esse filme tenha sido banido do Irã (para ver como as coisas não mudam tanto).
• E também fico com o Ricardo Reis: os lírios nos seios são ótimos e eles, os lírios e o aroma por eles exalam, ligam o início e o fim do filme em uma bela abertura e encerramento.
• Também poderia falar da direção de arte, mas disso vou falar logo abaixo
Persépolis se localizava no atual Irã, foi a capital religiosa dos Aqueménidas — Império Aquemênida, que na Antigüidade (522 a.C.) dominou a região do Oriente Médio — e era a antiga capital do Império Persa.
Em 1931, foram encontradas ruínas de um enorme palácio. Depois desta descoberta Persépolis passou a ser um importante sítio arqueológico do Império Persa. Nestas escavações perceberam-se a avançada arquitetura da época e também foram encontradas uma variedade enorme de cerâmicas, estatuas e diversos artefatos além das grandiosas ruínas.
Persépolis foi destruída e saqueada por Alexandre, O Grande por volta de 300/330 a.C. Lá encotrou o enorme e magnífico Palácio de Xerxes — aquele que derrotou Leônidas — um pouco desta história e da beleza do Império Persa pode ser visto no filme 300.
Hoje Persépolis é Patrimônio da Humanidade da UNESCO, instituído desde 1979. Tem muita coisa nesta história que justifica a escolha do nome.
E muito desta história e da beleza da arte persa pode ser vista no filme através da belíssima direção de arte.
Percebemos claramente a preocupação com os detalhes, nos panos de fundo, nos desenhos das árvores, nas casas, na decoração de prédios, na arquitetura etc. Agora, depois de conhecer a cidade de Persépolis, a arte persa aparece clara em praticamente todos os quadros, cenas, do filme. Além também da influência da arte expressionista européia — Marjani termina vivendo em Paris — que eu achava que eram coisas da minha cabeça ver relação com Klimt, Munch, van Gogh, o fauvismo de Matisse, e também com o cinema expressionista. Mas não, não eram coisas da minha cabeça. Na imagem abaixo podemos perceber detalhes da arte e arquitetura Persa e que podem ser vistos no filme.
Marjani fala disso, e muito mais, em uma entrevista, em inglês, que deu ao New York Times e, fala também, das influências do cinema expressionista de Fritz Lang — mais precisamente do filme Metrópolis. Em alguns momentos parece que estamos em cenas ao estilo de O Gabinete do Dr. Caligari. Marjani também se inspirou em Bergmam, Scorsece e no filme The Night Of The Hunter (O Mensageiro Do Diabo). Nesta entrevista você também poderá ver alguns storyboards e desenhos de produção do filme.
Bem perguntamos sempre se os participantes se identificaram com algum personagem, vamos as respostas:
Alexandre: Marjani, pela luta interna pela liberdade
Daniel: com a Marjani
Deborah: um pouco com a Marjani, pela busca pela identidade e sentido da vida
Eduardo: com Marjani, por sua busca em prol de si mesma.
Madeleine: com a Marjani, pela busca da identidade em um ambiente caótico
Priscila: em alguns momentos com a Marjani, por gostar de conhecer tudo a sua volta, ser curiosa e determinada
Ricardo Prado: com a Avó da Marjani, que age como a consciência dela ao longo do filme.
Ricardo Reis: com a Marjani
Carbone: com o Pai de Marjani, pela devoção à família e a certa iconoclastia no que dizia a certos costumes
• Sobre a pergunta sobre que cor daria ao filme, não tivemos uma grande maioria, duas pessoas falaram vermelho, duas branco e as outras citaram cores diferenciadas. Vale lembrar que é uma animação em PB com pitadas de cenas coloridas.
• Uma cena do filme:
Alexandre: a família reunida quando Marjani volta para casa após passar necessidades em Viena
Daniel: o Deus idealizado pela menina
Deborah: a avó e a menina na última noite antes dela partir
Eduardo: a conversa entre Marjani, Deus e Marx.
Madeleine: análise de Marjani com o psicanalista (e a “atenção” deste ao caso dela)
Priscila: a relação com a avó - cena das flores
Ricardo Prado: a dupla representação do namorado: galã em um instante e monstro no outro
Ricardo Reis: a cena da depressão
Carbone: a cena onde o pai da menina depois de terem jogado seu vinho fora
Para mim são tantas as cenas do filme que merecem ser mencionadas mas, como peço para todos uma, também falo de uma: a cena do último encontro de Marjani e sua avó. Pela ligação entre as duas e pela relação desta cena com início e fim do filme, principalmente pelos “lírios no seio” que passeiam, aparecem, em vários momentos do filme — e tem a cara da arte persa que citei acima. Também é a personagem com quem me identifico, a avó, e essa identificação ficou clara na cena em que elas conversam sobre o medo de Marjani do divórcio e sua avó fala que na época dela ela já havia se divorciado em tempos onde os preconceitos eram bem maiores, mostrando não apenas que estava a frente de seu tempo, mas mostra não acreditar em rótulos, não temer preconceitos e por acreditar na busca pela felicidade e por tudo que ache certo, justo.
E vamos terminando com uma frase sobre o filme:
Alexandre: toda liberdade de expressão tem seu preço e suas reações
Daniel: todos os seres humanos são iguais, tem os mesmos desejos e sonhos
Deborah e Eduardo: seja fiel a você mesmo
Flávia: Criativo e inteligente
Madeleine: estamos sempre buscando lá fora e cá dentro e a fronteira ainda é o melhor lugar!
Priscila: liberdade sempre!
Ricardo Prado: Nunca renegue sua identidade
Ricardo Reis: Feliz é aquele que não tem nada a temer
Carbone: visão singela da vida em meio a um contexto de guerra traz à tona a vontade da vida ser bela
A minha: Nunca esqueça quem é, de onde veio, seja digno e fiel a seus princípios e seus sonhos sempre
domingo, 20 de abril de 2008
Chega de Saudade...
Chega de Saudade é um filme assim, cheio de saudades, de melancolia, de solidão, de dores, de espera mas também repleto de sorrisos, de amores, de desejos e de felicidade. Não é um filme simples, é fácil, mas não simples. Digo isso porque:
• Quem gosta de filmes com finais claros onde os personagens tem suas histórias resolvidas e definidas, não vai gostar de Chega de Saudade. Seus personagens seguem no tempo, terminam com a vida em aberto onde o rumo pode ser o mais variado possível, como na vida real, onde nunca sabemos realmente o que nos aguarda. Os personagena avançam na história do mesmo modo que nós avançamos na nossa vida, naturalmente.
• Quem gosta de ouvir diálogos e só entende um filme através da troca de palavras e frases entre personagens, também não vai gostar de Chega de Saudade. Nele os grandes diálogos são feitos pelos gestos, pelos olhares, pelo som, pelas cores. É um filme onde não precisamos dizer, por exemplo, que a personagem de Tônia Carrero sofre de Alzheimer, isso esta descrito nos gestos e olhares entre ela e seu marido. Gestos e olhares estes que fazem com que suas histórias, assim como a de todos os personagens toquem mais a gente. Quem não entender diálogos que não são feitos por palavras, não vai entender, nem gostar de Chega de Saudade.
• Quem gosta de grandes cenários, variedade de locações, também não vai gostar de Chega de Saudade. O filme se passa em um único lugar, que não é grande, mas é perfeito. É um personagem a parte neste filme.
“Diz-lhe numa prece que ela regresse
porque eu não posso mais sofrer...”
Chega de Saudade foi o filme escolhido no nosso 9º CINESURPRESA e, como vocês já devem ter percebido, eu amei o fime. Mas vamos ao nosso encontro.
Desta vez, também tivemos um número maior de gente nova. Estávamos em 15 pessoas e destas participaram pela primeira vez: Amanda Pereira, Breno Silva, Marilda Canelas, Rafaela Rodrigues, Ricardo Prado, Rodrigo Azevedo, Sandoval Abrantes, Solange Figueira, Vinícius Vianna e da turma antiga: Daniel Ravanelli, Daniel Trigo, Eduardo Ricci, Madeleine Alves, Márcia Okida (eu) e Ricardo Reis.
A nota média dada pelo grupo para Chega de Saudade foi 7,8 colocando o filme em 4º lugar no nosso Ranking. Das 15 pessoas que assistiram apenas 2 não gostaram e 9 veriam o filme novamente — eu então quero até comprar e o original para mim :)
sem ela não há paz não há beleza...”
Começamos a perguntar em nossos encontros sobre que cor que representa o clima do filme. Para Chega de Saudade a cor mais citada foi a vermelha seguida de amarelo âmbar. Uma pessoa citou verde e outra o bege. Para mim Chega de Saudade tem a cor da saudade do passado, da nostalgia, ou seja: violeta.
O MELHOR
Amanda: trilha sonora • Breno: as músicas • Daniel Ravanelli: a vida como ela é • Daniel Trigo: como contar histórias de várias pessoas em uma só história • Eduardo: saudades e amores... a condição humana • Madeleine: a trilha sonora (fundamental para o filme), os primeiros planos, as luzes e cores quentes • Marilda: o filme escancara as rugas e a solidão humana • Rafaela: o diálogo • Ricardo Prado: a fotografia • Ricardo Reis: o filme todo • Rodrigo: Cássia Kiss • Sandoval: música e mulheres • Solange: a tristeza de Cássia Kiss vendo sua paixão declamando “carinhoso” para outra • Vinícius: as músicas
que não sai de mim, não sai de mim, não sai...”
O PIOR
Amanda: nada • Breno, Daniel Trigo, Rafaela e Vinícius: tudo se passar em um ambiente • Daniel Ravanelli: pouco dramático • Eduardo: preconceito • Madeleine: quase descritivo, o filme poderia aprofundar as reflexões de alguns personagens • Marilda: o botox da Elza Soares • Ricardo Prado: falta profundidade às histórias • Ricardo Reis: Paulo Vilhena • Rodrigo: poucas músicas de Lupcínio Rodrigues • Sandoval: se liga mané • Solange: a primeira cena de Tônia Carrero saindo do carro.
que coisa linda, que coisa louca...”
Para mim, não existe pior em Chega de Saudade. Talvez pudesse falar do Paulo Vilhena que é um ator médio de atuação média. Talvez pudesse falar de detalhes que não fazem parte do roteiro. Mas nada disso seria realmente algo de ruim no filme.
Na minha opinião o filme é perfeito. A minha nota foi 10 e não teria nenhuma consideração negativa a fazer.
A direção de arte e fotografia nos transportam perfeitamente para o clima e sensação de um salão de baile. O filme com textura granulada, ajuda na atmosfera que mistura melancolia, solidão e paixão... parece que estes sentimentos pairam no ar e nos olhares de cada personagem. As cores e luzes são próprias destes ambiente e tem seus tons reforçados pelos detalhes, pelos figurinos, pelas nuances dos rostos maquiados e pela iluminação que embala cada ritmo. Quem já foi em um salão de baile deste tipo, dança de salão, sabe do que estou falando quem não foi, sente perfeitamente como ele é.
do que beijinhos que darei na sua boca...”
O recorte da luz vale um olhar atento juntamente com a mudança de cada ritmo, de cada trilha sonora, onde as músicas não interagem apenas com os corpos que bailam, mas cada música conversa com os olhares, gestos, cores e formas de cada cena mostrada.
A trilha sonora é perfeita, passa por diversas épocas, estilos, tendências como tango, bolero, forró, gafieira, samba, valsa e tantos outros clássicos de salão de baile como Carinhoso, Risque, Alguém Me Disse etc (você pode ouvir todas as músicas do filme na nossa coluna a esquerda). E o filme termina com um arranjo belíssimo de Chega de Saudade ao melhor estilo do choro. Não tem como não querer comprar a trilha do filme.
os abraços hão de ser milhões de abraços...”
Ser em um local apenas, faz com que tudo se torne mais real, mais próximo de nós. Todos vivem no mesmo mundo e partilham da mesma história. Não dá para achar algo de ruim em um filme destes, dá? Dá para querer que ele seja diferente mas, quando vemos um filme, devemos entender a proposta para que ele foi feito e assistí-lo com o olhar preparado para isso. E toda a proposta de filmagem de Chega de Saudade fala do motivo e do porque foi feito:
• Para falar com você através de diálogos feitos pelo som, gestos, corpos e olhares.
• Para entrelaçar cada história contada, mostrando os problemas, desejos angústias e amores
• Para mostrar como podemos viver e partilhar os mesmos problemas
• Que todos amam, sofrem e desejam, não importando a época em que se vive ou a idade que temos.
• Mostra que o inesperado sempre existe e que mudar o rumo de nossas vidas é sempre possível
• E como diz no final do filme: sempre haverá um outro dia e tudo pode recomeçar.
colado assim abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim...”
Também fazemos a seguinte pergunta em nossos encontros: Com qual personagem você se identificou e por que?
Amanda: Elza (Betty Faria) e Marici (Cássia Kiss) pois mostram a tentativa de sorrir, mesmo que não estejam felizes, o sorriso como máscara • Breno, Daniel Trigo e Vinícius: Marquinho (Paulo Vilhena) porque eu também não gostaria de ver outro homem paquerando a minha namorada, teriam a mesma reação que ele • Daniel Ravanelli: Bel (Maria Flor) • Eduardo: Ernesto (Luiz Serra) é vivo e busca sempre um novo amor • Madeleine, Rodrigo: com nenhum • Marilda: Marici (Cássia Kiss) Talvez pela análise do ponto de vista feminino sobre os homens • Rafaela: Alice (Tônia Carrero) por as vezes ter medo de expor meus sentimentos • Ricardo Prado: Álvaro (Leonardo Villar) porque que é um dos mais humanizados e que mais “progride” • Ricardo Reis: com todos, são fragmentos de vida, emoções e esperanças • Sandoval: com Eudes (Stepan Nercessian) • Solange: Elza (Betty Faria) querendo dançar e não ser convidada
Também pedimos uma frase sobre o filme para cada um
Amanda: fala de um único sentimento quer liga todos os personagens: a solidão disfarçada de alegria
Breno: Não confie sua namorada a homem nenhum, nem mesmo para seu próprio avô
Daniel Ravanelli: sem preconceito
Daniel Trigo: A vida pode ser resumida em poucos minutos
Eduardo: Antes vivo do que morto
Madeleine: Choques catalizadores em uma pista de dança
Marilda: A reflexão sobre a solidão da velhice e o desejo de encontrar o par perfeito
Rafaela: “Só anote o que for importante”
Ricardo Reis: Viver é a melhor motivação para se estar vivo
Rodrigo: “Você não vale nada mais eu gosto de você”
Sandoval: Recordação
Solange: Envolvente
Vinícius: Aproveite sua vida ao máximo
Bem eu... eu me identifiquei com a personagem Rita, Clarisse Abujamra, mas não pelo fato dela deixar o marido em casa para ir ao baile e lá, traí-lo com outro, não me confundam ok! Mas pelo fato de ser a personagem responsável pelas cenas mais eróticas e sensuais do filme, que também são minhas cenas favoritas: o momento em que ela dança tango — muitos que me conhecem sabem o quanto amo essa dança e ritmo — e logo depois, quando termina a dança, o erotismo e sensualidade causados por esse ritmo são tão fortes que ela se tranca no banheiro e se masturba em uma cena belíssima onde beija eroticamente o azulejo da parede. Logo mais a frente ela e seu homem, do baile, são os responsáveis por uma suave cena de sexo sentados na cadeira da mesa onde estão... sensualidade e erotismo puros. Gosto disso.
Quanto a frase, para mim é simples a minha frase é: Chega de Saudade...
Já diz tudo, explica tudo.
Também pedimos para que cada um fale qual foi a sua cena favorita, a minha acabei de contar acima:
Amanda: A expressão de tristeza de Elza, Betty Faria, chora demonstrando seu desespero depois das tentativas, frustradas, de não se sentir só.
Breno: Marquinho seguindo o homem que paquerou sua namorada
Daniel Ravanelli: A poesia do final
Daniel Trigo: Beijo no Azulejo da personagem Rita, Clarisse Abujamra.
Eduardo: Cena com a música “Não Deixe o Samba Morrer”
Madeleine: a cena do tango
Marilda: A expressão de tristeza do personagem depois que a perua rica Rita, Clarisse Abujamra, vai embora
Rafaela: Ezla, Betty Faria, chorando
Ricardo Prado: Quando seu Álvaro, Leonardo Villar, “vê” a falecida mulher
Ricardo Reis: A cena final, quando o baile termina, para abrir na noite seguinte.
Rodrigo: A dança final entre Álvaro, Leonardo Villar, e Alice, Tônia Carrero.
Sandoval: Uma cantada
Solange: A chocante cena de Elza, Betty Faria, roubando um beijo do rapaz que pagou por dançar
Vinícius: Os pés das pessoas dançando
E assim termina Chega de Saudade deixando um clima de quero mais e com muita vontade de ouvir música boa — que vale lembrar você pode ouvir toda a trilha no nosso menu ao lado esquerdo — pelo menos para mim! Ah! quero deixar registrada a passagem do Bar, Alexandre Barbosa, no nosso encontro depois do filme, apenas passando para comprar churros.
Vale uma passagem pelo site oficial de Chega de Saudade que é tão bom quanto o filme e tem uma área onde posemos enviar um Correio Elegante e deixei um recado para todos vocês que participem ou nos lêem. Entrem no site e cliquem no link Correio Elegante ou cliquem aqui direto e onde diz procurar coloquem a palavra Surpresa e pronto encontrarão seu recado! Aproveitem e mande um Correio Elegante para alguém... entrem no clima!
Aproveitem para ler a entrevista com o Diretor de Fotografia Walter Carvalho, vale a pena, assim como tantos outros materiais do filme. Abaixo um vídeo do Chega de saudade para vocês.
Espero seus palpites opiniões e sua presença no nosso próximo encontro que será dia 11 de maio, como sempre o segundo domingo no mês de maio, desta vez no Espaço Unibanco as 18h para nosso 10º encontro. Até lá.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
9º Encontro
Nosso 9º encontro do Cinesurpresa será neste domingo, dia 13 de abril, desta vez no Cinemark de Santos, no Shopping Praimar.
Então se você ainda não foi esta é a chance, as 18h em ponto estaremos esperando por vc!
segunda-feira, 24 de março de 2008
JOGOS DO PODER
Chegamos ao nosso 8º CINESURPRESA, e logo logo completaremos 1 ano e, com certeza, teremos surpresas nesse primeiro aniversário que, lógico, você não poderá perder. Portanto já anote e fique na espera: será no dia 10 de agosto de 2008. Bem, por enquanto vamos falar do nosso 8º encontro que foi pela primeira vez no Cine Roxy e depois fomos comer uma pizza, uma massa ou simplesmente tomar uma água, na Cantina Liliana que será nosso ponto de encontro sempre que estivermos no Cine Roxy. Para você que acompanha e participa sempre com a gente fique por dentro: agora o CINESURPRESA acontece uma edição (mês) em cada uma das seguintes salas de cinema:
• Cinemark: abril, julho, outubro
• Espaço Unibanco: maio, agosto, novembro
• Cine Roxy: junho, setembro, dezembro
Sempre as 18h em frente a estes locais, ok! Agora não tem mais como você falar que não sabe aonde estaremos. Desta vez o filme surpresa foi Jogos do Poder (a votação foi entre ele, 1000 anos AC e Rocky) e, neste encontro a maioria das pessoas eram novas, participavam pela primeira vez e muitos dos nossos participantes constantes não puderem estar com a gente como: Fabio Machado, Letícia e Eddie.
Mas antes de falar quem eram os participantes, gostaria de reforçar aqui a proposta do CINESURPRESA, faço isso porque desta vez, e pela primeira vez, uma pessoa falou que não queria que sua opinião fosse divulgada. Bem, a proposta dos nossos encontros está justamente na discussão, bate-papo, entre pessoas diferentes, com olhares distintos sobre um mesmo tema, filme, com o objetivo de trocar informações e mostrar, para todos que lêem nosso blog e gostam de cinema, que todo e qualquer gênero de filme está apto a ser visto e debatido. Todas as opiniões são sempre aceitas de bem vindas, independente do gosto pessoal de cada um dos participantes. Portanto assistir um filme sem deixar sua opinião, ou sem deixar divulgá-la, não faz parte do nosso objetivo. Por isso deixamos claro aqui que em todos nossos encontros a opinião e a divulgação dela é obrigatória para a participação no CINESURPRESA nem que seja um simples “Não gostei!” como até já aconteceu. Este é um espaço aberto de debate e de discussão de livre que permite todos os olhares e opiniões.
Esclarecimentos feitos os nossos participantes que viram o filme Jogos do Poder foram (em azul os novos): Caroline Desireé, Daniel Ravanelli, Daniel Trigo, Denival Oliveira, Eduardo Araújo, Eduardo Ricci, Guilherme Henrique, Isabella Schramm, Jéssica Indiara, Laura Pinheiro, Madeleine Alves, Márcia Okida, Mariana Benjamim, Osvaldo DaCosta, Ricardo Reis, Tássia Martins, Victor Martin, Viviana Ramos e Viviane Alves.
Dos 20 participantes 17 gostaram do filme, 2 não gostaram e 1 disse mais ou menos. Mas apenas 8 veriam o filme novamente. A média de nota dada foi de 7,2 o que coloca Jogos do Poder em 6º lugar no nosso Ranking Surpresa, ganhando apenas de Duro de Matar que ficou com média 7.
O filme em uma frase por cada um dos participantes:
Caroline: “Você pode gastar 1 bilhão de dólares com a guerra e não podem gastar 1 milhão para construir escolas”
Daniel Ravanelli: Política é poder
Daniel Trigo: “I want you” (Eu quero Você, por Tio Sam)
Denival: “Nós fizemos tudo certo, mas no final acabamos fazendo merda”
Eduardo Araújo: Jogos do Poder: resume todo o filme
Eduardo Ricci: O poder é regado a sexo
Guilherme: “Pode-se enganar muitos por pouco tempo, poucos por muito tempo, mas não pode-se enganar todos a todos tempo - Lincoln”
Isabella: Troca de favores
Jéssica: não respondeu esta pergunta
Laura: “No começo nós fizemos tudo certo, mas no fim, estragamos tudo.
Madeleine: Um bando de andorinhas só faz verão até quando lhes convêm
Mariana: Os americanos compram uma briga, mas só vão até onde é vantajoso para eles.
DaCosta: O Mestre Zen
Ricardo: A história nunca muda
Tássia: “No finalzinho sempre acaba em merda”
Victor: Não é o tipo de filme que me chama a atenção, pois não me entretive nem me fez ficar preso a ele.
Viviana: Tentamos fazer o melhor, mas no final sempre erramos um pouco
Viviane: pediu que não divulgássemos sua opinião.
A maioria das pessoas disse que o filme tem o clima da cor vermelha pelo poder, sangue, terrorismo ou amarela cor do ouro, riqueza, dinheiro etc. Também foram citadas as cores verde (pelo dólar), preto e cinza.
Gostaria de aproveitar aqui e deixar registrada a participação de Maria Benjamim que mesmo sendo acompanhante de umas das participantes, Mariana Benjamim, viu o filme e participou do nosso bate-papo dando suas opiniões sobre o filme. Obrigada, é disso que gostamos em nossos encontros.
Os pontos positivos do filme
Caroline: Fotografia, angulação, trilha sonora e atuações • Daniel Ravanelli: A inteligência emocional é fundamental nos jogos do poder • Daniel Trigo: A realidade mundial • As crianças mesmo dilaceradas pela guerra mantinham o ar de inocência e esperança • Denival:Eduardo Araújo: A esperança dos afegãos que mesmo em meio ao caos continuavam acreditando no fim da guerra • Eduardo Ricci: Julia Roberts • Guilherme: Trilha sonora, fotografia e atuação • Isabella: Conscientização sobre a situação que os afegãos estavam passando • Jéssica: A força de vontade do trio • Laura: A realidade da política americana e a fotografia • Madeleine: A atuação de Phillip Seymour Hoffman, a trilha sonora (mescla de ocidente com oriente) e a situação histórica • Mariana: O desejo do congressista em ajudar os afegãos • DaCosta: Não existe (no sentido de como o filme mostra a desgraça mundial, política e etc) • Ricardo: A infância comove o coração! • Tássia: Tom Hanks • Victor: A fotografia, a filmagem e as atuações • Viviana: O bom humor que aparece no filme descontraindo um tema tão sério
Já os negativos
Caroline: Enredo, roteiro, excesso de informação política o torna cansativo • Daniel Ravanelli: Não esclareceu o falo russo da história, seus motivos e objetivos • Daniel Trigo: A legenda • Denival: Fome e miséria • Eduardo Araújo: Um filme muito burocrático • Eduardo Ricci: Política americana • Guilherme: Dialógos e detalhes (muito detalhista) • Isabella: Um certo apelo sexual (muito exagerado! rs) • Jéssica: A realidade sobre a guerra, a fome • Laura: Muito diálogo • Madeleine: A rapidez com que algumas informações são transmitidas ao espectador • Mariana: O apelo sexual • DaCosta: A falta de humanidade • Ricardo: Excesso de diálogos — tem que entender de história — a guerra fria, Paquistão etc etc • Tássia: A guerra e o sofrimento alheio • Victor: A história e o desenrolar dela • Viviana: Ver o que muitos poderosos fazem contra os menos favorecidos, ou seja, uma guerra travada contra um povo que não tinha como se defender.
Jogos do Poder é um filme polêmico e como é baseado em um fato real, essa polêmica toda acaba mexendo demais com todos que assistem, pelo menos senti isso com quem conversei nesse encontro. E pensar que muita coisa foi deixada de lado e, mesmo assim, tentando encobrir detalhes, ele ainda choca alguns.
Gostei do filme, dei nota 8, é forte, impactante, mexe com nossos sentimentos, mas acima de tudo, me incomodou. Saí do filme com aquela sensação de que não fazemos tudo que podemos ou devemos, sensação de querer fazer mais, mas, sem saber como. Não sei se todos saem com a mesma emoção, troquei algumas idéias com o DaCosta e, pelo menos nós dois, compartilhávamos desta mesma sensação. Sobre frase sobre o filme que sempre pedimos para todos, a minha seria: o que não se faz em nome de Deus e da política... em nome da paz e da guerra e o pior o que só se faz quando o lucro é garantido mesmo que isso envolva morte, penúria, tristeza, mutilações, fome, miséria extrema etc.
Por que o homem, ou a maioria deles, principalmente aqueles que estão no poder, só se envolvem emocionalmente ao verem — com seus próprios olhos bem ao estilo São Tomé de ver para crer — crianças mutiladas, praticamente mortas, mas ainda com sorriso de criança. Uma cena no filme que me chocou bastante: os russos colocavam bombas escondidas em brinquedos de crianças para que, propositalmente, elas pegassem e, se mutilando, os pais seriam obrigados a ficar em casa cuidando delas e assim não iriam para guerra. Imaginar que isso possa passar, e passa, na cabeça de alguns é torturante. E esta cena, seqüência de fatos contados deste tipo, mexeu demais comigo, me emocionou bastante.
Diria que este filme, acima de tudo para mim, é um filme triste, e por ser real é amargamente mais triste ainda. E foram sobre temas assim os papos foram acontecendo no nosso encontro, a destruição causada pela guerra, os refugiados, os jogos de poder que são feitos pela politicagem para ajudar os refugiados afegãos, a politicagem em nome de Deus e tantas coisas mais. Mas ao meu ver o filme comete alguns erros como:
• os diálogos que são muitos, rápidos e longos, praticamente uma metralhadora de falas
• o excesso de informação política e histórica pode deixar a grande maioria das pessoas perdidas e por isso se torna cansativo e burocrático
• deviam ter mostrado mais como Charlie Wilson era na realidade — o que daria uma particularidade maior ao personagem e à sua luta. O filme mostra Charlie (Tom Hanks) como um bebebor inveterado e envolvido sempre com belas mulheres — o congressista só possui assistentes mulheres e as escolhe pela beleza e tamanho dos seios — mas fizeram isso de um modo leve. Charlie além de alcoólatra e usava cocaína. Seu problema com “problema” com drogas, bebida e mulheres era muito maior do que é mostrado no filme. Tudo bem quiseram encobrir um pouco, mas acredito que se tivessem mostrado claramente esse lado do congressista, isso teria dado mais particularidade e força ao personagem. Não entendam isso como um favorecimento as drogas, álcool etc. É somente uma colocação já que o filme pe baseado em fatos, pessoas reais e que inclusive você pode ver entrevistas delas no vídeo abaixo.
Desde nosso último encontro incluímos a seguinte pergunta aos participantes: Com que personagem você se indentificou?
Caroline: O jogador de xadrez, ajudante de Hoffman
Daniel Ravanelli: Com o jogador de xadrez, o estrategista
Denival: Com o Gust (Phillip Seymour Hoffman), quando acredita em alguma coisa vai até o final e enfrenta tudo e todos
Eduardo Ricci: com o agente da CIA (Phillip Seymour Hoffman)
Guilherme: Com o Gust, espião (Phillip Seymour Hoffman) pelo instinto e sensibilidade
Isabella: Com a secretaria do Tom Hanks, pelo profissionalismo durante o processo
Madeleine: Com o Gust (Phillip Seymour Hoffman) pela determinação, perseverança, sinceridade e prudência
Tássia: Charlie (Tom Hanks), pois é uma pessoa persistente, conseguindo as coisas que quer
Victor: Com a assistente que fazia com que o filme não fosse tão parado
Viviana: De certa forma com o Charlie (Tom Hanks), que ao presenciar uma realidade difícil se compadece e luta para mudar
DaCosta, Daniel Trigo, Eduardo Araújo, Jéssica, Laura, Mariana, Ricardo: Não se identificaram com nenhum personagem
Eu me identifiquei com dois personagens que aparecem uma única vez, mas que no momento da cena eram dois em um. Dois afegãos aparecem em um momento no filme onde, pela primeira vez, tem em suas mãos uma arma capaz de destruir os aviões russos e, nossa, como torci por eles para que acertassem o tal avião. Com certeza eu seria um daqueles dois afegãos ou os dois até. Algumas pessoas se chocaram por eu ter falado isso, mas naquele momento do filme eu já estava tão tomada de uma sensação de dor, de absurdo, de raiva etc que era só poderia querer algo assim. E olha que sou uma pessoa super da paz!!!
E por isso mesmo que não veria esse filme de novo. Incomodou-me demais.
Mas indico, recomendo inclusive se quiser leia uma ótima crítica sobre esse filme clicando aqui. Precisamos devemos conhecer essas histórias, sentir de perto e, se já conhecemos, devemos não esquecer, para tentar, ao nosso modo ajudar quem podemos e como podemos. Saí deste filme assim: com nojo dos Jogos de Poder que existem para que a paz seja alcançada e que, mesmo assim, no final descobrem que fizeram m.....!
É isso aí gente! Como sempre mandem palpites, opiniões e participem do nosso próximo encontro que será dia 13 de abril as 18h no Cinemark de Santos.
quarta-feira, 5 de março de 2008
8º CINESURPRESA - Cine Roxy - dia 9.03 - 18h
Não percam mais um encontro desta turma: dia 9 de março - 18h - Cine Roxy, Gonzaga, Santos. Te vejo por lá.
Ah! e não se esqueçam de reservarem um lugar no nosso já famoso jantar CURTA NA MESA, veja abaixo e leia mais no blog da Associação Cultural Vontade de Ver.