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terça-feira, 22 de janeiro de 2008

meu nome não é johnny

Neste nosso 6º encontro do CINESURPRESA, dia 13 de janeiro de 2008, tivemos mais gente nova: Caio França, Jessica Gandara, Julio Margonari, Mateus Bueno e Viviane Pereira que se juntaram a turma que já participou outras vezes: Alexandre Barbosa - “Bar”, Danielle Escrivão, Deborah Okida, Eduardo Ricci, Fabio Machado, Madeleine Alves, Priscila Rodrigues, Ricardo Reis, Wellington Carbone e eu Márcia Okida. Mais uma vez sentimos falta de Eddie e Letícia que não puderam comparecer e que praticamente já tem cadeira cativa no CINESURPRESA.

Todos gostaram do filme e das 15 pessoas que estavam nesta nossa 6ª edição, somente 3 não veriam novamente: Bar, Ricardo e eu!
A média de nota dada para “Meu Nome não é Johnny” foi 8,6 o que deixa este filme no 3º lugar de nosso Ranking Surpresa.

O papo que rolou depois do filme entre pizzas, refrigerantes e cervejas abordou vários temas que o filme traz para discussão entre eles:

o fato dele ter sido criado sem limites, isso fica bem claro no filme, facilitou para que se tornasse um jovem despreparado e que vivesse sem regras, sem entendimento correto do que seria certo ou errado. Será? Tenho minhas dúvidas e muitas. Sempre acho que colhemos aquilo que plantamos em nossas vidas. Um detalhe: no cartaz do filme (que acho ótimo diga-se de passagem) está escrita a frase: “Ele tinha tudo, menos limite.”

rolou um debate sobre o fato dele ter ou não agido de forma criminosa, ou melhor, com essa consciência. Na minha opinião, um homem na idade dele não compra, usa e revende drogas achando que está vendendo balas... ele agiu sim de maneira criminosa e pouco importa se foi criado sem limites ou não.


outra questão que esquentou os ânimos foi a possibilidade dele não ter sido levado diretamente e só para a prisão, por ser branco. Alguns colocaram que se ele fosse negro, talvez, não tivesse sido mandado para um manicômio e por tão pouco tempo. Uns concordam outros discordam. Eu concordo, infelizmente existe preconceito e penso que se ele fosse negro o “seu fim” seria outro. Mas e você o que acha?

falamos sobre o choque de realidades: o antes e depois da prisão/manicômio e de como todo o nosso sistema ainda é falido.

Esses debates fizeram com que duas enquetes fossem criadas na hora.

Quem concordava que ele deveria ter sido mandado para manicômio e quem achava que ele deveria ter ido para a prisão?
Das 15 pessoas, 2 não concordam com o fato dele ter ido para o manicômio e por tão pouco tempo. Os outros concordam e acham que somente deste modo ele teve chance de se recuperar.

A outra enquete surgida na hora foi: Você torceu por ele?
12 pessoas torceram por ele e 3 não.


E o que mais cada um do grupo pode dizer deste filme?

Qual foi a pior coisa no filme?

Bar: o incentivo ao erro • Caio: viver perigosamente • Deborah: a realidade dos sistemas carcerários • Eduardo: cocaína • Fabio: a glamourização da droga e tratar o personagem como coitadinho da metade para o fim do filme • Jessica: o sofrimento causado pelas suas atitudes • Mateus: a realidade • Priscila: deveria haver uma melhor exploração sobre o nome do filme Johnny • Ricardo: o pó branco • Viviane: a angústia que dá ver o submundo das drogas • Wellington: a infeliz mania maniqueísta dos roteiristas brasileiros se exacerbar em um marketing desnecessário.
• Danielle, Julio e Madeleine: não comentaram

Eu acho que, por mais que exista uma campanha em volta deste filme que fale contra as drogas, percebi e senti nesse filme o contrário. O mundo das drogas mostrado no filme acaba mal sim, mas é um mundo que muitos jovens buscam hoje em dia: grandes badalações, popularidade, carros, mulheres (ou homens) e tudo isso acontece muito fácil neste filme. Acho que ele mais promove as drogas do que o contrário. Estou com o Bar: ele incetiva o erro. Quanto ao roteiro, no início é um pouco arrastado, momentos repetidos demais, iguais, desnecessários até. Chega a cansar um pouco.

E qual a melhor coisa deste filme?

Bar: a produção e a fotografia • Caio: a mensagem de que o crime não compensa • Danielle: retrato da corrupção policial • Deborah: Selton Mello • Eduardo: a “Sofia” • Fabio: atuação do Selton Mello, o uso do humor em situações inesperadas e o bom uso da trilha sonora • Jessica: ele era o centro das atenções • Julio: a história dele • Madeleine: a trilha sonora que tem tudo a ver com a vida do personagem e a introdução de sacadas de videoclipe como soluções visuais da narrativa • Mateus: a verdade • Priscila: a atuação de Selton Mello, a filmagem do personagem principal e sua família parecendo antigo, e uso do humor • Ricardo: todo ser humano tem o direito à uma segunda chance • Viviane: o roteiro, sem sacado, que soube colocar com maestria comédia no drama • Wellington: nada como ver a indústria cinematográfica nacional se reerguendo cada vez mais.

Para mim as melhores coisas do filme estão relacionadas a fotografia e direção e arte, que é perfeita, desde os detalhes mínimos de figurino até o cuidado com os carros serem todos de época. O início, e sempre que o filme mostrava cenas da infância de João Estrela, parecia que estávamos realmente assistindo a um filme Super 8 antigo. Também vale um ouvido especial para a trilha. O roteiro acerta ao colocar humor no filme em pitadas. Onde mal se esperaria a comédia ela aparece na quantidade certa e com qualidade. Perfeito. E lógico não posso esquecer que uma das melhores coisas do filme é o Selton Mello também :) .

Bem e deixa eu falar de uma coisa que adoro: créditos iniciais ou finais e cartaz do filme. O cartaz do filme é ótimo, já até falei isso acima, e para quem gosta de design vale a pena ter um em casa, e ele condiz perfeitamente com a estética que a direção de arte buscou nesse filme. Os créditos, apesar de simples, são bem feitos, as letras são com o pó da cocaína voando e repare que eles mudam no final do filme. Simples mas bonito e funcional.

O filme em uma frase?
  • “Ele viveu o máximo e pagou o preço” - Bar
  • “Realista com toques de ironia e um pouco de comédia sem fugir do drama” - Caio
  • “Sem hipocrisias” • Danielle
  • “Todos tem como melhorar” • Deborah
  • “A vida é uma raposa” • Eduardo • Julio
  • “Céu, inferno, purgatório e redenção numa versão classe-média carioca” • Fabio
  • “Viva pouco, ande rápido” • Jessica
  • “O que ocorre quando se perde a noção por si mesmo” • Madeleine
  • “Observar o todo” • Mateus
  • “Não se vive 3 vezes” • Ricardo
  • “Enquanto há vida há esperança” • Viviane
  • “A realidade retratada em diferentes submundos pode sim ter um final feliz” • Wellington
Eu fico com “a vida é uma raposa”, ou uma frase que me veio agora usada em um texto sobre Van Gogh onde ele diz que vive tentando se encontrar no imenso labirinto que é a vida. Vejo por aí: a vida é uma raposa ou um labirinto onde alguns acham seu caminho e seguem em frente como que revigorados, outros se perdem e tem uma volta dura e triste enquanto outros se perdem para sempre.

Bem, esse foi nosso 6º encontro do CINESURPRESA, e esperamos você no nosso 7º encontro que será no 2º domingo de fevereiro, dia 10, dessa vez nos encontraremos as 18h no Espaço Unibanco, do Shopping Miramar em Santos.

E já sabe: não concorda com algo, quer mandar sua opinião? Fique a vontade é para isso que estamos aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Okida, ainda acho que ele teve um caso com a juiza :-)))) por isso se livrou da prisão. Parabéns mais uma vez pela explanação sobre o encontro.

"A vida é uma raposa"

Bjos!

Eduardo