Todos gostaram do filme e das 15 pessoas que estavam nesta nossa 6ª edição, somente 3 não veriam novamente: Bar, Ricardo e eu!
A média de nota dada para “Meu Nome não é Johnny” foi 8,6 o que deixa este filme no 3º lugar de nosso Ranking Surpresa.
O papo que rolou depois do filme entre pizzas, refrigerantes e cervejas abordou vários temas que o filme traz para discussão entre eles:
• o fato dele ter sido criado sem limites, isso fica bem claro no filme, facilitou para que se tornasse um jovem despreparado e que vivesse sem regras, sem entendimento correto do que seria certo ou errado. Será? Tenho minhas dúvidas e muitas. Sempre acho que colhemos aquilo que plantamos em nossas vidas. Um detalhe: no cartaz do filme (que acho ótimo diga-se de passagem) está escrita a frase: “Ele tinha tudo, menos limite.”
• rolou um debate sobre o fato dele ter ou não agido de forma criminosa, ou melhor, com essa consciência. Na minha opinião, um homem na idade dele não compra, usa e revende drogas achando que está vendendo balas... ele agiu sim de maneira criminosa e pouco importa se foi criado sem limites ou não.
• outra questão que esquentou os ânimos foi a possibilidade dele não ter sido levado diretamente e só para a prisão, por ser branco. Alguns colocaram que se ele fosse negro, talvez, não tivesse sido mandado para um manicômio e por tão pouco tempo. Uns concordam outros discordam. Eu concordo, infelizmente existe preconceito e penso que se ele fosse negro o “seu fim” seria outro. Mas e você o que acha?
• falamos sobre o choque de realidades: o antes e depois da prisão/manicômio e de como todo o nosso sistema ainda é falido.
Esses debates fizeram com que duas enquetes fossem criadas na hora.
Quem concordava que ele deveria ter sido mandado para manicômio e quem achava que ele deveria ter ido para a prisão?
Das 15 pessoas, 2 não concordam com o fato dele ter ido para o manicômio e por tão pouco tempo. Os outros concordam e acham que somente deste modo ele teve chance de se recuperar.
A outra enquete surgida na hora foi: Você torceu por ele?
12 pessoas torceram por ele e 3 não.
E o que mais cada um do grupo pode dizer deste filme?
Qual foi a pior coisa no filme?
Bar: o incentivo ao erro • Caio: viver perigosamente • Deborah: a realidade dos sistemas carcerários • Eduardo: cocaína • Fabio: a glamourização da droga e tratar o personagem como coitadinho da metade para o fim do filme • Jessica: o sofrimento causado pelas suas atitudes • Mateus: a realidade • Priscila: deveria haver uma melhor exploração sobre o nome do filme Johnny • Ricardo: o pó branco • Viviane: a angústia que dá ver o submundo das drogas • Wellington: a infeliz mania maniqueísta dos roteiristas brasileiros se exacerbar em um marketing desnecessário.
• Danielle, Julio e Madeleine: não comentaram
Eu acho que, por mais que exista uma campanha em volta deste filme que fale contra as drogas, percebi e senti nesse filme o contrário. O mundo das drogas mostrado no filme acaba mal sim, mas é um mundo que muitos jovens buscam hoje em dia: grandes badalações, popularidade, carros, mulheres (ou homens) e tudo isso acontece muito fácil neste filme. Acho que ele mais promove as drogas do que o contrário. Estou com o Bar: ele incetiva o erro. Quanto ao roteiro, no início é um pouco arrastado, momentos repetidos demais, iguais, desnecessários até. Chega a cansar um pouco.
E qual a melhor coisa deste filme?
Bar: a produção e a fotografia • Caio: a mensagem de que o crime não compensa • Danielle: retrato da corrupção policial • Deborah: Selton Mello • Eduardo: a “Sofia” • Fabio: atuação do Selton Mello, o uso do humor em situações inesperadas e o bom uso da trilha sonora • Jessica: ele era o centro das atenções • Julio: a história dele • Madeleine: a trilha sonora que tem tudo a ver com a vida do personagem e a introdução de sacadas de videoclipe como soluções visuais da narrativa • Mateus: a verdade • Priscila: a atuação de Selton Mello, a filmagem do personagem principal e sua família parecendo antigo, e uso do humor • Ricardo: todo ser humano tem o direito à uma segunda chance • Viviane: o roteiro, sem sacado, que soube colocar com maestria comédia no drama • Wellington: nada como ver a indústria cinematográfica nacional se reerguendo cada vez mais.
Para mim as melhores coisas do filme estão relacionadas a fotografia e direção e arte, que é perfeita, desde os detalhes mínimos de figurino até o cuidado com os carros serem todos de época. O início, e sempre que o filme mostrava cenas da infância de João Estrela, parecia que estávamos realmente assistindo a um filme Super 8 antigo. Também vale um ouvido especial para a trilha. O roteiro acerta ao colocar humor no filme em pitadas. Onde mal se esperaria a comédia ela aparece na quantidade certa e com qualidade. Perfeito. E lógico não posso esquecer que uma das melhores coisas do filme é o Selton Mello também :) .
Bem e deixa eu falar de uma coisa que adoro: créditos iniciais ou finais e cartaz do filme. O cartaz do filme é ótimo, já até falei isso acima, e para quem gosta de design vale a pena ter um em casa, e ele condiz perfeitamente com a estética que a direção de arte buscou nesse filme. Os créditos, apesar de simples, são bem feitos, as letras são com o pó da cocaína voando e repare que eles mudam no final do filme. Simples mas bonito e funcional.
O filme em uma frase?
- “Ele viveu o máximo e pagou o preço” - Bar
- “Realista com toques de ironia e um pouco de comédia sem fugir do drama” - Caio
- “Sem hipocrisias” • Danielle
- “Todos tem como melhorar” • Deborah
- “A vida é uma raposa” • Eduardo • Julio
- “Céu, inferno, purgatório e redenção numa versão classe-média carioca” • Fabio
- “Viva pouco, ande rápido” • Jessica
- “O que ocorre quando se perde a noção por si mesmo” • Madeleine
- “Observar o todo” • Mateus
- “Não se vive 3 vezes” • Ricardo
- “Enquanto há vida há esperança” • Viviane
- “A realidade retratada em diferentes submundos pode sim ter um final feliz” • Wellington
Bem, esse foi nosso 6º encontro do CINESURPRESA, e esperamos você no nosso 7º encontro que será no 2º domingo de fevereiro, dia 10, dessa vez nos encontraremos as 18h no Espaço Unibanco, do Shopping Miramar em Santos.
E já sabe: não concorda com algo, quer mandar sua opinião? Fique a vontade é para isso que estamos aqui.
Um comentário:
Okida, ainda acho que ele teve um caso com a juiza :-)))) por isso se livrou da prisão. Parabéns mais uma vez pela explanação sobre o encontro.
"A vida é uma raposa"
Bjos!
Eduardo
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